Capítulo 32

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Celeste

— Porra, Bibi. —bocejei— andar na ponte é tedioso, mesmo de Ferrari. -falei.

— Tem nenhum gostoso pedindo carona. -ela disse.

— E aquele ali? -apontei para um cachorro.

Ela desviou o carro dele de imediato, acelerando mais ainda, deixando o cachorro comer poeira.

— Vai de ré satanás. —ela disse— aquele é meu ex, o cachorro da vizinha do 213, lembra?

— Vixe, é verdade. -falei olhando pelo o retrovisor.

— De ex eu quero distância, mona. -ela disse.

Eu assenti.

Não tinha noção dos dias, das horas ou dos anos, muito menos se era dia ou noite, tudo era apenas luz e a ponte.

— Tô achando que era melhor a gente ter decido de tobogã. -falei.

— Também tô, parceira, pelo menos lá tem uma maconha infernal. -ela disse.

Eu e Miguel mouse concordamos.

Eu me estiquei, encarando mais a frente, poderia ser delírio meu mas...

— Bibi, acho que estou vendo o fim da ponte. -falei.

— Parceira, a maconha que nós usou deve ter sido braba, mas eu também tô vendo. -ela levantou os óculos.

Miguel mouse ergueu o olhar.

— A corrida de vocês terminou, parceiras. -ele disse.

O carro parou, e nós duas descemos do carro.

— A gente se vê mano. -disse Bibi dando um toca aqui com ele.

— Cuidado na estrada. —ele disse— a mãe do bagulho doido não dá segunda chance pra qualquer caô. -ele disse.

— Tamo ligada. -dissemos.

Nossas mãos se chocaram em um toca aqui e um pequeno soco.

— Pisa no morcego, Celeste vulgo Devil. -ele disse soltando fumaça pro ar.

— Vou pisar, e de salto.

— E fumando uma braba. -ele deu um cavalo de pau com o carro.

Ouvimos sua gargalhaa rouca ecoar enquanto o carro voltava, nos deixando.

— Pronta? Parceira. -questionou Bibi.

Eu a encarei, envolvendo a minha mão em sua pata.

— Pronta. -falei firme.

Ela assobiou, jogando fumaça pro ar junto comigo. Nós lançamos os cigarros para trás, por cima de nossos ombros.

— Esquece que os cão tá estourado! dois diabos tão saindo do inferno caldeirão! -ela gritou correndo comigo até a luz.

A cada vez mais perto, se tornando maior, se tornando impossível de se ver algo, eu não via ao menos a minha mão livre.

— Que lombra...

Foi a última palavra que ouvi de Bibi, antes de tudo se tornar luz cegante aos meus olhos, algo nos puxando para luz como se sugasse nossas almas.

Eu fechei meus olhos, sentindo como se eu estivesse caindo em um buraco, aquela sensação de quando estamos a dormir, e temos o pressentimento que vamos cair, mas não caímos.

Silêncio, completo silêncio, vazio e escuridão.

Então, aquela escuridão recua, recua para o fio de luz que se faz presente no túnel.

Corte De Mundos OpostosOn viuen les histories. Descobreix ara