Capítulo 26

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Celeste

No dia seguinte, eu estava com olhar e mente vagos.

— Como está? Cunhadinha. -cantarolou.

— Ótima, sendo objeto sexual para poder ter filhos com alguém que quer outra, tudo para seguir o que o suriel disse. -murmurei tão baixo que eu mal ouvi, quanto mais ela.

Ela me encarou.

— Não entendi, foi baixo. -ela fez careta.

— Que estou ótima, seu irmão é um príncipe comigo. -sorri.

Ela sorriu.

— Ele é, e é um abusado, não sei como você aguenta. -ela disse.

Nem eu.

Eu odiava sentir isso, necessidade dele, tinha raiva de ainda o amar e me sentia uma puta, uma puta e idiota.

Ele com toda a certeza só está esperando que eu morra, com toda a certeza.

Está querendo fazer caridade, já que a humana morrerá em breve, e para ele, sessenta ou oitenta anos não é nada.

Com toda a certeza vai me ver envelhecer com gosto, e vai me ver morrer com satisfação, e então, correrá para Feyre que com toda a certeza não vai querer ele.

E para isso ele terá de esperar séculos até ela nascer, crescer e então, matar o lobo na floresta.

Eu suspirei.

— Parece triste, me conta o que foi. -Raya me encarou preocupada.

Eu a encarei.

— Não foi nada. —repeti— só estou cansada.

— O Rhys não te deu sossêgo depois da vinculação, não foi? -ela questionou.

Não deu mesmo.

Eu neguei.

— Pior que eu nem posso matar ele. —ela disse— isso é o frenesi, é algo incontrolável para nós feéricos, desculpa. -suspirou.

— Não esperei que pudesse fazer, está tudo bem. -toquei o seu ombro.

Eu me ergui, vindo Azriel vir em minha direção.

— Vamos? -ele sorriu ansioso.

Eu assenti sorrindo pouco, ele segurou em minha mão, e então nos atravessou.

Para as ruas de Velaris, onde ele me levou em passeios, onde tomamos sorvete e conversamos sobre qualquer coisa, mas que fazia todo o sentido em nossas cabeças.

— Quero te levar em um lugar. -ele disse.

Eu o encarei confusa e ele me puxou pela mão até um lugar afastado.

Ele me levou até um pequeno morro, onde havia um balanço.

— Eu fiz para você, tinha esperanças de te encontrar, e como crianças gostam de balanços. -ele disse.

— Ainda gosto, ok? Ainda tenho alma de criança, mesmo que esteja sumindo um pouco. -falei saltitando até o mesmo.

— O que quer dizer com sumindo? -ele perguntou.

Eu sentei no belo balanço, de cordas efeitadas com flores.

— Sumindo, ué. —sussurrei— não sou mais a mesma de antes, e sinto falta de mim de antes. -murmurei.

— Está acontecendo alguma coisa que não estou sabendo? -ele arqueou a sobrancelha para mim.

— Não. -sacudi a cabeça.

Corte De Mundos OpostosWhere stories live. Discover now