Capítulo 38

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Feyre

Eu encarei Celeste, ela havia dormido em minha cama, estava tão cansada que ela apenas sentou para ver os quadros que eu havia pintado, e depois de eu mostrar cinco deles ela havia pego no sono.

Eu acariciei seus cabelos negros, enrolando meus dedos nas mechas negras e macias.

O que tanto a perturbava em seu passado?

Do que tanto ela temia?

Talvez eu nunca saiba, e ela nunca irá me contar, ela tem a péssima mania de guardar tudo para si, mesmo que a destrua.

Eu suspirei baixinho, tirando uma pétala cor de rosa de seu cabelo.

Sorrindo e corando ao lembrar.

Nos deitamos nas flores, e por minutos longos, ou horas, havia apenas eu e ela em meio as flores, dando tudo de si enquanto nos uniamos de novo, enquanto transávamos pela incontável vez.

Lembro seu questionamento do vestido.

"Quantos botões tem essa maldita coisa? E quantos laços?"

Bufei um riso baixo.

— Tá rindo de quê? Está passando muito tempo comigo, tá até rindo sozinha.

Eu encarei a fêmea feérica que abriu os olhos, a imensidão, a qual me perdi por segundos muito longos.

— Nada. -sorri.

Ela se espreguicou, vendo então, o Sol que estava nascendo.

— Quanto tempo dormi? -bocejou.

— Você passou a noite comigo. -sorri, enrolando uma mecha de seu cabelo em meu dedo, brincando com ele.

— Ah foi? -ela coçou os olhos.

Ela fica muito bonita assim, com essa expressão de sono, as bochechas rosadas e cabelos levemente bagunçado.

— Uhum.

— Acho que eu estava cansada. -ela disse.

— Você dormiu feito uma pedra. -concordei.

— Foi a primeira vez que dormi bem. —ela disse, bagunçando os cabelos— em toda a minha vida, eu acho.

Eu sorri.

— E por que dormia mal?

— Pesadelos. —ela disse— de um acidente que sofri com os meus pais, quando eu era criança. -confessou.

Era a primeira vez que ela me contava algo assim, que compartilhava algo que a perturbava comigo.

— Bom... Ou a cama estava muito macia, ou usei magia em você. -brinquei.

Ela bufou uma risada.

— Você foi a magia então. -ela disse.

Eu corei, sorrindo.

— Sabe?

Ela me encarou.

Eu me esgueirei em seu colo, então, a beijei, ouvi um suspiro pesado dela, sua mão apertou minha cintura coberta pela camisola de seda.

Sua língua valsou com a minha, então, eu quebrei o beijo.

— Podia ficar pra tomar café. -falei esperançosa.

Discretamente, cruzando os dedos.

— Nós vamos ter de ir hoje, daqui poucas horas. -falei.

Meu sorriso morreu, era hoje.

Corte De Mundos OpostosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora