Capítulo 28

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Celeste

Eu via as coisas acontecerem muito rapidamente diante dos meus olhos, eu não tinha boca do que acontecia direito ao meu redor.

Só sabia de algo.

Eu estava morrendo.

Eu gritei outra vez, dor me atingindo, tão fortemente que minha vista ficava turva constantemente.

Eu segurava a mão do meu pai que tentava me acalmar, mas ele próprio estava fazendo uma prece ao caldeirão em meio às lágrimas.

Eu gritei outra vez, soluçando, chorando como uma criança.

A dor que chegava ondulante em pontadas monstruosas sem qualquer pingo de piedade.

— Deuses. -soluçei.

Madja saia com toalhas sujas de sangue e então voltava com toalhas limpas rapidamente.

Miranda a ajudava com o parto, Raya as estregava o que precisava.

Rhysand estava parado na porta, chorando de forma silenciosa, Cassian estava uma pilha de nervos, ele andava de um lado para o outro com o rosto pálido.

"Você irá morrer, criança"

Eu assenti fechando os olhos com força, eu sei, eu sei.

Eu empurrei outra vez.

— As asas estão dificultando a saída deles, não vou conseguir puxá-los. -disse Madja.

Meu pai apertou minha mão.

— Tem que ter alguma outra forma. -ele disse atordoado, as lágrimas escorrendo.

Eu apertei sua mão de volta, e então encarei Madja com tanta firmeza, que ela viu ali o sacrifício, viu ali o adeus e o esforço de quem queria seus filhos vivos neste mundo.

— Me esqueça, salve eles. -falei.

— Não, ela vai salvar os quatro. -Meu pai disse me encarando.

Eu neguei, sentindo cada dor.

— Você vai abrir o meu ventre, Madja, e vai tirar os meus filhos de dentro de mim, com vida, agora. -falei firme.

— Celeste. -Rhys se aproximou.

— Calado. -rosnei, o encarando cortante.

Ele se calou.

— Faça, Madja, pela mãe, faça, agora. -minha voz vacilou em um soluço.

Ela assentiu, buscando uma adaga.

Eu me preparei, e então, um corte que rasgou minha pele.

Eu gritei de dor, meu pai soluçou, beijando o meu rosto, se negando a me deixar ir assim.

— Não, por favor não vá. -Ele soluçou.

— Em outra vida... Nos encontramos, e faremos tudo diferente, pai. -sussurrei.

Eu encarei, Madja com três pacotes embrulhados em asas em suas mãos, ambos chorando, os meus filhos.

Rhysand disparou até mim, a mão no peito como se sentisse uma dor rasgante ali, eu também sentia, era o laço se partindo.

— CELESTE!! -ele gritou, caindo ao meu lado no chão, ao lado da cama, segurando a minha mão.

— Espero realmente que se arrependa. —sussurrei para o grão-senhor— e que quando eu voltar algum dia, eu veja um macho, e não um fraco como o que está de joelhos agora.

Ele soluçou.

— Não vá, não vá...

— Espero ter sido o seu crime favorito, Rhys... Pois... Eu não posso te amar do escuro.

Corte De Mundos OpostosWhere stories live. Discover now