RENEGADES • [jjk + pjm]

CAPÍTULO QUARENTA E UM

Surgi sem aviso, mas vocês já estão acostumades com essa autora irregular, né? Converso com vocês nas notinhas finais  ♡

#RenegadesJKJM

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𝑸𝑼𝑨𝑹𝑬𝑵𝑻𝑨 𝑬 𝑼𝑴

[ Seul, 27 de janeiro, 2021 ]

Dra. Woo se levanta com firmeza, parecendo ter recuperado inteiramente a confiança com a qual costumava lidar com Jungkook enquanto paciente antes de seus problemas começarem a fugir demais da especialidade dela.

Mesmo um mês sem a ajuda direta do Dr. Harris, os efeitos de sua presença permanecem sobre a médica, e o fato de Jungkook não ter necessariamente optado por uma continuação de sua terapia de hipnose também parece acalmá-la até certo ponto. Agora, ela está novamente tratando os mesmos sintomas de quando Jungkook era mais novo, mas com um conhecimento específico do porquê de seus terrores acontecerem.

Embora suas poucas sessões de hipnose tivessem, em teoria, funcionado, sua experiência em um ambiente controlado não fora muito diferente daquela em seu próprio quarto no meio da noite — e certamente não a substituiu. Na verdade, a dor de cabeça dobrou. A única diferença talvez fosse o fato de que ele tinha uma audiência que o deixava ainda mais inibido quando finalmente voltava a si.

Na segunda vez que tentou, o resultado foi quase o mesmo, ainda que Dr. Harris tivesse decidido explorar uma vida por vez na tentativa de minimizar quaisquer possíveis agravos emocionais. Ainda assim, nunca era uma sensação agradável rememorar os tempos em que a própria existência de Jungkook por si só era uma cela.

A terceira e a quarta vez vieram com expectativas moderadas de que, talvez, algum progresso ocorreria, mas não aconteceu. Yoongi permaneceu sendo a companhia excessivamente zelosa no cômodo e, em algum momento, Jungkook decididamente pediu para que ele saísse, pensando que sem sua presença ele não se sentiria tão dolorosamente autoconsciente quando a sessão terminasse, mas ele não era o problema.

Abrir os olhos para dois médicos o fitando com expectativa era, de algum modo, pior do que a suavidade das paredes de seu quarto com a luz apagada. Woo há muito havia aprendido a não fazer anotações na frente de Jungkook com frequência, dado que o fazia ficar acanhado, mas Dr. Harris não aprendera, e assim a sensação de estar em um experimento no qual ele era o objeto se perpetuara.

Pior do que a sensação de estar estagnado — depois de sair da mesma sala repetidas vezes sem quaisquer respostas — era que, sempre que ia ver Jimin, ou mesmo depois de alguma mísera interação que o fazia perceber o quão profundamente envolvido está, os sonhos ainda vinham à noite.

Honestamente, ele acredita que navegar seu relacionamento com o mais velho é um tratamento muito melhor do que qualquer outro medicamento ou prática; se terapia de choque era o que Dr. Harris planejava implementar, Jungkook já a fazia o suficiente na presença de seu namorado. E ele o disse a seus médicos menos de meia hora atrás.

Explicando a dualidade de seu progresso, ele podia ver a mistura de compreensão e preocupação — principalmente da parte de Woo — em seus rostos. Conceitualmente, a ideia não é muito diferente dos métodos para lidar com trauma que ambos já conhecem; Jungkook se torna cada vez mais ciente de onde estão concentradas suas perturbações cada vez que ele é jogado de volta no tempo, e é inegável que Jimin é seu gatilho para tal.

Quando Jungkook acorda ao seu lado, vê tanto a última versão do homem que o acossou em seu sono quanto aquele com quem passa a maior parte do dia. Às vezes, é tão alentador quanto é aflitivo, mas conforme os minutos passam e quanto mais ele se acomoda nos dias atuais, mais reconfortante se torna.