Prólogo

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Olho novamente o teste de gravidez... Deu positivo.

Oh meu Deus!

Deslizo até o chão do meu banheiro, e me encolho.

Vou ter um bebê!

Começo a chorar, e não sei se é de alegria ou de tristeza.

Tristeza, por não saber quem é o pai e, por ter certeza que ainda sou virgem.

E agora?Como vou me sustentar?

E a minha faculdade? Que batalhei tanto para conseguir uma bolsa?

Venho de uma família desequilibrada, sai de casa aos 16 anos.

Como eu ia conseguir pagar minha faculdade, se todo o dinheiro que eu ganhava minha mãe gastava em bebidas?

Sou filha única, minha mãe me culpa, por meu pai não estar mais em casa.

Disse que se ela não tivesse decidido me carregar, ele ainda estaria lá.

Não posso culpa-lo por ter decidido abandonar uma mulher que o traía, e roubava seu dinheiro.

Principalmente quando descobrisse que ela estava grávida, e ter certeza de que essa criança não era sua.

Mas, como ele sabia que a pobre criança sofreria.

Ele fez uma conta, para poder ficar depositando dinheiro, para essa criança, quando ela fosse maior de idade e pudesse usar o dinheiro para pagar uma faculdade.

Ele deixou uma carta, em lugar estratégico, onde só uma criança pensaria em mexer.

Deixou tudo explicado.
Quando descobri essa carta tinha 8 anos, e como pedido na carta, não deixei minha mãe saber.

Nunca tive coragem de usar aquele dinheiro, sempre quis conseguir minhas próprias coisas.

Em tudo, não sou orgulhosa para aceitar ajuda, por pensar que posso estar sendo um incômodo,como minha mãe fazia questão de frisar, em todos os anos que passei com ela.

Me levanto do chão, e tomo uma decisão, pode fazer pouco tempo que tenho 18 anos, mas tive que crescer muito antes do tempo.

- Tá tudo bem aí Mel?

Me assusto um pouco, acabo por me esquecer que um dos meus amigos, está aqui no meu apartamento.

Mudei para uma cidade bem longe, de casa.

Muitas coisas aconteceram, muitas das quais faço questão de tentar esquecer.

Quando me mudei, precisava de um emprego e um lugar para ficar.

Tava com pouco de dinheiro, que só daria para me alimentar e dormir em um lugar seguro por apenas uma semana.

Procurei por um emprego, e acabei achando, uma vaga de garçonete em uma lanchonete no centro.

Logo no primeiro dia consegui fazer uma amiga.

Briana, é muito festeira, semana passada acabou me convencendo a ir a uma nova boate que estava inaugurando.

Naquele dia também fiz amizade com o barmen, super gentil, e carismático.

Me disse que eu pareço muito com a irmã dele, que faleceu faz 1 ano.

Desde aquele dia viramos quase irmãos, o que é uma sensação boa.

- Mel? _ Briana pergunta do outro lado da porta.

Abro a porta e me jogo nos seus braços e começo a soluçar, mostrando o teste.

- Oh, minha querida, não se preocupe hm?_ fala numa voz calma_ nós vamos te ajudar, e apoiar seja qual for a sua decisão, abelhinha.


Choro até cair no sono.

Herdeiros Da Escuridão EstreladaWhere stories live. Discover now