Capítulo 1- Sonhos Ruins

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25 de julho de 1997

A expressão "não há nada que esteja ruim, que não possa piorar", passou a fazer muito mais sentido do que Catherine gostaria, principalmente após a morte de Alvo Dumbledore. O mundo bruxo agora passava por uma época muito mais sombria, onde pessoas desapareciam ou eram encontradas mortas em vielas, a fome havia se espalhado como uma erva daninha, e em apenas poucas semanas, era possível ver o desespero e a miséria por onde quer que passassem.

O Beco Diagonal que antes era um lugar cheio de vida, agora era tomado por todo o tipo de gente ruim que se pudesse imaginar. Os comensais da morte andavam tranquilamente como se fossem os donos das ruas, dementadores atacavam quem eles achassem necessário, e a névoa sinistra que se apossara de Londres estava cada vez pior.

Os jornais não ajudavam muito, noticiando todo tipo de notícia falsa que poderiam, acusando Harry de ter matado o diretor da escola, e Catherine como principal cúmplice, agora eles eram suspeitos de um crime que não cometeram, e o verdadeiro culpado ainda estava solto e não havia qualquer indício de que ele fosse ser julgado.

Catherine sentia náuseas todas as vezes que fechava os olhos e relembrava da cena pavorosa de Dumbledore caindo da torre de astronomia, o fato de que ela tentara salvá-lo, mas ainda assim o seu esforço teria sido em vão, a deixava com um gosto estranho e amargo na boca. Ela sentia nojo de si mesma. Obviamente era uma culpa sem sentido, afinal de contas, ela tinha sido barrada por Fenrir Greyback, que fizera questão de segurar a garota com força, e como se não bastasse, um Comensal desferiu tantos socos em seu rosto que a deixou completamente desacordada. Catherine gostava de pensar que pelo menos Harry tinha se salvado naquele momento, porque seria pior se algum dos seguidores de Voldemort tivessem capturado o rapaz.

Mas a lista de problemas não pareciam acabar nunca. Catherine ainda tinha um mês para tomar uma decisão importante que teria um resultado crucial, não só em sua vida, mas na vida de todo o mundo bruxo. Carregar um peso desses não era fácil, e muitas vezes ela se via sabotando os próprios planos que a mesma passara noites e noites elaborando. Se dariam certo? Isso era um grande ponto de interrogação que insistia em ficar rondando sua mente, mas ela precisaria tentar e torcer para que tudo ocorresse como o planejado.

(...)

Ela estava deitada em sua cama, as cortinas permaneciam fechadas não permitindo que a claridade entrasse, de alguma forma, a luz a incomodava e ela não entendia bem o porquê. Desde a morte de Dumbledore, a garota ficara estranha, como se algo dentro dela estivesse despertando aos poucos. Ela já sabia o que estava despertando, e por mais que ela tentasse reprimir, parecia que todas as suas tentativas estavam sendo em vão.

Na noite anterior, ela tinha tido mais um sonho ruim, um pesadelo tão vívido que parecia corroer lhe as entranhas. Nesses sonho Catherine estava longe demais de conseguir salvar alguém que ela amava, a primeira pessoa a aparecer foi sua mãe. Eleonor gritava para que ela a salvasse, mas a garota não conseguia se mover e depois. Morta. Na noite anterior a aquela, ela sonhou com Sirius e Remus, torturados, e depois mortos. E na noite anterior a essas duas, ela sonhou com Harry... Fred e George, Gina, Hermione, Neville, Luna... Aurora... a lista extensa de nomes ainda rondavam sua mente como um eco ensurdecedor e doloroso.

Ela não queria aquilo. Catherine não queria pesadelos, ou ter que lidar com uma missão quase impossível, ela não queria precisar lutar em uma guerra, e estava exausta demais para continuar a lutar contra aquele conflito interno que havia nela. Bem e mal. Luz e trevas. Azul para bem e dourado para o que era sombrio. Nada daquilo era vontade dela, mas alguém precisava continuar, e aquele luta não iria acabar enquanto ela não pusesse um fim.

Em Voldemort... Em tudo...

Catherine levantou-se de sua cama, e ao olhar o relógio, ainda marcavam 14h30, ela bufou com irritação, a hora não passava fazendo sua ansiedade ficar cada vez mais aflorada. Ela andou até o banheiro e olhou seu reflexo com curiosidade como se procurasse qualquer traço que pudesse lhe mostrar mais alguma mudança, mas as cicatrizes continuavam as mesmas, seus olhos continuavam de cores diferentes, e seus cabelos mais longos do que nunca.

LIVRO 2- Dangerous Reality And The Darkside  | Fred Weasley {Concluído}Where stories live. Discover now