Capítulo 17- O Nome Amaldiçoado.

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(...)

Harry tentava entender, como aquela espada havia parado ali, sua mente tentava buscar qualquer desculpa ou resposta, porque com toda certeza, a corça brilhante que o guiou era um patrono corpóreo. Ele sabia que era impossível ter sido Catherine, afinal, ela nem sequer sabia conjurar um, mas ela poderia ter aprendido, ou talvez pudesse ter sido um presente divino, ou o lago fosse protegido por aquele patrono, ele jamais saberia. Contudo, ele precisava acessar a espada, só assim ele poderia destruir aquela Horcrux , ou pelo menos, esperava que fosse possível fazer isso. O medo fez o rapaz sentir um incômodo no estômago, que se juntou com sua sensação ruim de estar sendo observado.

– Accio espada! – Ele ordenou, mas nada aconteceu deixando-o confuso.

Harry observou o fundo do lago congelado, a espada reluzindo sob a luz da varinha, como se estivesse chamando-o. O garoto se perguntou, sobre a última vez em que tivera a espada em suas mãos, Dumbledore havia dito a ele, que somente um verdadeiro membro da Grifinória poderia ter tirado ela do chapéu. "Coragem, audácia e o cavalheirismo", uma voz calma sussurrou no fundo de sua mente.  Esse era o diferencial, ele precisava ser forte e corajoso.

Potter olhou para os lados, e o sentimento de estar sendo observado apenas aumentava, mas ele não deu importância a isso, seu receio de precisar entrar naquela água gélida. O rapaz começou a retirar as camadas pesadas de roupa que estava usando, enquanto se arrependia amargamente por fazer isso. Era necessário, mas no momento em que sua pele entrou em contato com o ar gelado, ele xingou baixinho. " Cavalheirismo, porra nenhuma..."

Harry tremia, e sentia que seus ossos estavam doendo, depois de colocar tudo organizado, incluindo todos os objetos que estavam em seus bolsos, o rapaz apontou a varinha para o gelo.

– Diffindo!

Um estampido alto ressoou e a superfície rachou-se e os pedaços de gelo começaram a flutuar na água. O garoto olhou novamente para o fundo do lago, sentindo-se incomodado com o fato de precisar submergir completamente ali, porque ainda que não fosse tão fundo assim, haviam diversos riscos, mas pensar neles não iria tornar nada daquilo fácil, o dever o chamava e ele iria ao seu encontro, afinal, era mais do que necessário recuperar  a espada e mesmo sentindo medo conseguir recuperá-la traria esperança a ele de que uma Horcrux  a menos estaria no mundo e Harry ficaria cada vez mais perto de acabar com Voldemort.

Sacudindo o corpo, tentando novamente não pensar na temperatura da água, Harry pulou, e sentiu cada osso, poros e músculos se contraindo em protesto ao entrarem em contato com a água; o ar de seus pulmões por um segundo pareceu ficar escasso. Ele emergiu, e ainda que conseguisse sentir a espada com a ponta dos dedos dormentes, Harry mal conseguia respirar e queixava-se que teria de entrar completamente na água novamente, mas não havia tempo para as suas reclamações, ele tinha um objetivo e ele precisava ser atingindo. Ele respirou fundo sentindo seus pulmões doerem e então mergulhou novamente.

O frio era tão intenso ali, que ele sentia sua pele queimar, como se alguém estivesse colocando brasas por toda a extensão de seu corpo. Era horrível, e cada segundo naquela água escura o deixava mais e mais agoniado, Harry queria terminar o seu serviço logo, e no instante em que suas mãos fecharam em torno do punho da espada, ele tratou de se preparar para dar um impulso para subir.

Tudo parecia estar caminhando bem, mas ao puxar a espada para cima, Harry sentiu algo se fechar ao redor de seu pescoço. A princípio, o rapaz pensou se tratar de plantas aquáticas então ele ergueu a outra mão numa tentativa de desvencilhar-se do que prendia seu pescoço, que naquele ponto comprimia sua traqueia o deixando levemente desesperado. Quando suas mãos tocaram o que o prendia, Harry sentiu a corrente fria da Horcrux que ia na direção oposta a espada, como se soubesse para o que ela seria usada. Ele tentou dar um impulso, sentindo o desespero crescer rapidamente em seu peito, ao mesmo tempo, em que se debatia e sufocava, ao tentar puxar a corrente, numa tentativa tola de fazer o seu aperto se afrouxar, ele sentiu seus dedos doloridos e dormentes tocarem a corrente, mas não havia força suficiente para dar continuidade, e agora pequenos pontinhos luminosos pareciam subir em seu cérebro. Ele sabia que suas chances de se afogar naquele lago congelado estavam altíssimas, até mesmo conseguia sentir o aperto da morte, abraçando seu peito, levando-o para bem longe dali.

LIVRO 2- Dangerous Reality And The Darkside  | Fred Weasley {Concluído}Where stories live. Discover now