Capítulo 14 - Luna Lovegood

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Na manhã do dia seguinte, Catherine acordou antes de todos, se arrumou com suas vestes pretas e um coturno confortável, prendeu os cabelos que agora estavam na altura dos ombros, em um rabo de cavalo malfeito, e então desceu as escadas.

Ao chegar na sala de estar, a garota notou os pensamentos familiares de Lucius que parecia preocupado e atordoado com algo, como se sua mente não conseguisse tirar os acontecimentos do passado dali. A garota tentou não prestar atenção, mas era quase impossível não sentir a dor que ele sentia. Assim que passou em frente a porta ela ouviu a voz dele.

– Acordada a essa hora, Riddle?– Ele disse com a voz sonolenta.

Ela parou abruptamente, olhou para dentro do cômodo e o encarou.

– É um pouco óbvio, não acha?– Ela ergueu a sobrancelha, fazendo-o dar uma risada seca.

Assim como todos, Lucius parecia exausto. Havia olheiras fundas e escuras debaixo dos olhos, sua pele parecia pálida demais e os lábios ressecados, como se ele não se alimentasse bem há semanas.

– Dormiu bem?

– Porque quer saber?– Ela devolveu a pergunta.

– Sinto muito, Riddle – disse Lucius seriamente. – Por tudo.

Catherine ficou em silêncio por um tempo.

– Eu sei que sente, e entendo as suas motivações. – disse de maneira sucinta. – Mas isso não tira o fato de que minha mãe está morta, sr. Malfoy, e mesmo que você não tenha proferido aquelas palavras, você deu a sentença a ela. O sangue de minha mãe está tanto nas suas mãos quanto nas mãos daquele Comensal que morreu.

– Você compreende o motivo do porque que eu fiz aquilo, não é?– Lucius falou.– Minha família é tudo que importa para mim.

– Ela era a minha família!– Catherine retrucou entredentes. – A única pessoa que eu tinha e agora sabe quem eu tenho? – ele ficou em silêncio. – Pois é, ninguém! Mas não se preocupe sr. Malfoy, eu não sou uma cretina como o senhor, não irei pagar na mesma moeda, porque sei como é sentir essa dor... E esse desespero que você sente na sua alma pela culpa que carrega em seu peito, não é nem um terço do que eu sinto e preciso aguentar. – Ela fez uma pausa observando o rosto dele. – Se o senhor não está morto, agradeça ao Draco! Não o matei por causa dele, sei como é perder alguém e mesmo que você tenha sido um pai de merda, ele o ama.

Ao dizer essas palavras, Catherine se retirou sem esperar que ele respondesse alguma coisa. Ela sabia que Lucius guardaria aquela conversa em sua mente para sempre, junto de sua angústia e culpa, e Catherine queria que ele se sentisse daquela forma, porque ainda que ele não tivesse morrido, saber que ele sofria tanto quanto ela, fazia com que ela se sentisse um pouco melhor.

Antes de sair da Mansão, a garota passou em na cozinha pegou uma maçã verde e se retirou do lugar.

(...)

O dia já estava clareando quando Luna terminou de retocar a pintura no teto de seu quarto. Ela encarava o rosto de Catherine, a única que ela preferiu não retocar. A imagem gasta do rosto angelical da garota ainda lhe dava arrepios, mas ainda assim, Luna não tinha coragem de se desfazer daquilo, como se algo em seu peito ainda nutrisse uma linha fina de esperança de que Riddle não fosse má completamente. Ela havia chegado a conclusão de que Catherine tomava decisões baseadas nas condições em que vivia. Há meses ela pensava dessa forma, já que mesmo em meio a tantas rebeliões estudantis naquela escola, Catherine em momento algum a machucou ou permitiu que outros a machucassem. Luna sabia que a garota estava instável, era perceptível as nuances no humor dela.

LIVRO 2- Dangerous Reality And The Darkside  | Fred Weasley {Concluído}Where stories live. Discover now