Than when me, myself and I

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Harry pov.

Ouro.

Plano, com alguns detalhes e alguns relevos, mas ainda assim, muito ouro.

Se eu vender o ovo e fugir para fora do país, o cálice iria me amaldiçoar?

Eu não aguentava mais passar nem mais um segundo encarando aquele maldito ovo, sua forma gravada em minha mente e seus detalhes perturbando minha cabeça.

Eu ia colapsar.

— Para de encarar o ovo como se ele fosse a razão de todos os seus problemas. — Remus diz após virar uma página de seu livro com uma calma surreal.

— Mas ele é a razão de todos os meus problemas. — Digo de forma emburrada, um bico involuntário se formando nos meus lábios.

— Ele não é a razão dos seus problemas. A razão dos seus problemas é o torneio. — Remus diz, virando outra página com um desinteresse incomum, sorrindo para mim.

— Quando eu pegar quem colocou nossos nomes... — Começo a dizer, sentindo a mão de Draco em meu ombro.

— Você não vai fazer nada, porque eu é quem vou. — Ele diz, parecendo satisfeito com o timing, afinal, seus olhos haviam se tornado os mesmos da fera que ele se transformava, os bonitos olhos azuis adquirindo fendas na pupila.

Eu havia trazido Draco ontem para conhecer meus padrinhos como sogros, sendo surpreendido com a forma que eles não ameaçaram o loiro nenhuma vez e foram super gentis com ele, dizendo que ele era bem-vindo a família e que esperavam que fossemos felizes.

Me surpreendeu, então eu estava muito feliz em curtir meu namoro com a bênção dos meus padrinhos.

— Você vai estraçalhar ele com os dentes? — Pergunto com curiosidade, o loiro concordando com a cabeça em câmera lenta.

— Mas todos sabemos que a fera da família sou eu, então quem vai morder sou eu. — Sirius diz ao entrar na cozinha, deixando um beijo no rosto de Remus e bagunçando meu cabelo antes de se sentar.

— A fera da família sou eu querido. — Remus diz, parecendo descontraído.

— Realmente você é uma fera. — Sirius diz com um sorriso, me fazendo bater a cabeça na mesa.

— Senhores, temos visita. — Digo com a voz abafada pela mesa, sentindo o carinho de Draco nas minhas costas me acalmar.

— Tudo bem. O que vocês já fizeram com o ovo? — Remus pergunta, tentando retornar ao assunto da minha depressão.

A segunda prova era em menos de um mês.

E não, eu e Draco não fazíamos ideia de como passar por aquela prova, uma ansiedade nos consumindo e isso só piorava a sensação de que havíamos sido colocados no torneio para morrer.

Sim, havia essa suspeita, sendo essa a principal razão para Tonks, minha auror de segurança, ficar me seguindo como um cão de guarda.

Nós precisávamos pensar.

— Já ateamos fogo, tentamos desencantar, transfigurar, traduzir os sons. Nada pareceu dar certo. — Digo de forma calma, apoiando a mão na mesa.

— Nós podemos tentar descobrir de qual animal o ovo vem. Não é de dragão, isso dá para ver pelos desenhos. São muito antigos e delicados, como se pertencessem a uma civilização diferente da nossa, como se... — Draco começa a dizer, parando de falar e encarando o ovo com uma atenção muito curiosa.

— Draco? — Passo a mão na frente do rosto dele, vendo ele me olhar de forma assombrada.

— E se for o ovo de algum ser marítimo? — Ele pergunta com a voz soando em um fio, me olhando com aqueles bonitos olhos muito arregalados.

Bless Yourself - DRARRYWhere stories live. Discover now