Is the pain that you deny in your life

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Harry pov.

Eu não queria banquete nenhum de comemoração, mas era uma tradição, então lá estava eu, seguindo para o salão principal após ter passado pela enfermaria e ser remendado, pois aparentemente eu tinha me ralado todo, seguindo meus amigos para receber o prêmio e a homenagem, porque pra isso precisava de um campeão e eu tinha chegado na taça primeiro.

Injusto, eu fiz questão de esperar todo mundo exatamente para não precisar passar por aquela palhaçada.

Não fazia sentido ter um campeão de algo que todos cooperaram e treinaram juntos, a questão ali fui eu ter dado a sorte de virar os corredores corretos e seguir na direção da taça, o que também não pode ser considerado intuição, afinal, as paredes estavam tentando me engolir, eu só corria na direção de onde eu sentia que não ia morrer.

Simples, não era preciso me dar um prêmio por ter conseguido achar uma taça que brilhava quase igual ao sol no meio de um labirinto escuro como o submundo e com aquele silêncio mortal, então eu estava me sentindo particularmente rabugento naquele momento.

Não por ganhar o prêmio, até porque eu já tinha até uma noção do que fazer com aquele dinheiro todo, a ideia brilhando feliz na minha cabeça enquanto caminhava pelo corredor, sorrindo de forma meio bizarra, o que poderia ser justificado pelo cansativo torneio que veio me esgotando ao longo do ano.

Aquela merda acaba e eu sou obrigado a comemorar, então vou tentar parar de reclamar por alguns minutos, esse é o momento que eu mais esperei, não vou ficar enchendo a paciência de quem não tem nada a ver, pelo contrário, apenas está feliz pela minha vitória.

Antes de entrar no imenso salão, meus padrinhos estavam parados me esperando, sorrindo para mim com aquela expressão de orgulho tão grade, enquanto Sirius chorava como se o mundo fosse acabar, o que fez meus amigos darem uma distância, me esperando no mesmo corredor, mas com alguns passos a nossa frente.

— Olha só, o vencedor do torneio tribruxo. — Sirius diz, secando as lágrimas com um lenço bonito de algum tecido com bordadinhos, a outra mão entrelaçada a de Remus.

— Estamos muito orgulhosos de você. — Remus diz, sorrindo como se estivesse vendo a coisa mais incrível do mundo, me contagiando e abrindo um sorriso no meu rosto.

— Você acha que... eles também estariam? Não de ganhar e tal... mas de esperar todo mundo? — Digo a dúvida que vinha rodando minha cabeça desde que sai do labirinto, pensando se tivesse sido uma decisão ruim, se meu pai extremamente competitivo teria aprovado.

Remus sorriu, ele sempre sorria de uma forma diferente quando o assunto era os meus pais, porque mesmo sendo um motivo de saudade para ele, ele entendia que era algo que eu gostaria de saber, então ele sempre sorria daquela forma nostálgica, como se estivesse vendo uma fotografia da sua época de escola, quando ele bagunçava os cabelos do meu pai e ria de algum comentário da minha mãe.

Eu gostava de ver aquele sorriso, significava que mesmo com a dor da perda, ele via o lado bom de tudo o que eles tinham passado, e me ter ali fazia ele achar que tudo tinha valido a pena.

Eu gostava de causar aquela sensação no meu padrinho, porque de certa forma, ele e Sirius me causavam uma sensação similar, que me fazia sentir um calor no peito, como se meus pais estivessem o tempo todo ali comigo, me abraçando e cuidando de mim o tempo todo.

Era tão confortável que eu me sentia um idiota por ignorar aquela sensação.

— Sua mãe ia dizer algo como a melhor vitória é aquela que enche nosso coração de alegria. Ela era esse tipo de mulher. Seu pai ia ficar meio enciumado de ver você dividir um troféu com os outros campeões, mas era só lembrar que ele fez isso com Sirius a vida toda que ele ia começar a chorar de orgulho. — Ele diz, sorrindo com aquela nostalgia que me emocionava.

Bless Yourself - DRARRYWhere stories live. Discover now