capítulo 3 • la verdad.

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Becca Gómez.

Acordei com a claridade da luz solar vindo das grandes janelas do meu quarto (que ainda estavam sem as cortinas) e dois pestinhas pulando á minha volta, fazendo minha cama de trampolim.

— acorda, tia! — exclamou Pía, animada.

— ti-a. — tentou dizer Lucca, o que me arrancou breves gargalhadas.

— deixem eu dormir, crianças, a tia de vocês não está nada bem. — levei minhas mãos ao meu rosto.

— e é por isso que você tem que levantar! — disse Jaz, que provavelmente acabara de chegar no quarto. — dormir só vai fazer mal a você e ao bebê.

— bebê?! — praticamente gritou Pía. — que bebê?!

— fale baixo Pía! Seu pai vai acordar! — minha cunhada a repreendeu. — então, tia Becky andou aprontando e...

— tia, você tá grávida? — interrompeu-a a garotinha. — eu vou ter um primo?

— sim! — confirmei. — mas não conta para o papai, ok? Silêncio absoluto. — fiz um gesto de silêncio. Percebi meu pedido sendo acatado quando a mais nova repetiu meu ato e pulou em cima de mim, me envolvendo em um abraço.

— parabéns, titia Becky.

— obrigada, neném da tia. — agradeci ainda com ela em meus braços.

— be-bê. — "disse" Lucca, também me abraçando.

Não lembrava de como eram bom esses pequenos momentos. Ultimamente venho focando tanto nas minhas aulas online que mal dou atenção para os meus sobrinhos; prometo melhorar isso a partir de hoje.

O nosso abraço foi tão gostoso que não percebi Gustavo chegar e se sentar na cama. Só fui perceber sua presença quando Lucca deu um gritinho e correu para seus braços.

— o que houve? — perguntou confuso.

Merda, merda, merda, merda... acho que o momento de contar para ele chegou.

— crianças, por que vocês não vão lá para baixo? — sugeri. — o desenho do patinho está passando, vocês não iriam querer perder, não é?

— vem Lucca, vem Pía, vamos lá assistir o desenho do patinho. — Jazmin pegou ambos no colo e saiu do quarto, assim deixando eu e meu irmão á sós.

— e então...? — pressionou-me para que eu falasse.

Abri a boca para me explicar, mas não saiu nada. Acho que não estou preparada para contar a verdade.

A minha ansiedade me pressionava e a expressão impaciente de Gustavo também. Respirei fundo, contei até 10 e nada adiantou, continuei nervosa.

— desculpa. — foi a única coisa que consegui dizer. Já sentindo as lágrimas molharem o meu rosto, abaixei a cabeça. Não queria estar tão fraca em um momento como esse.

— o que aconteceu, Becky? Pode falar, eu estou aqui e prometo sempre estar... — levantou a minha cabeça, me fazendo olhar no fundo de seus olhos. — é sobre a sua faculdade? Você repetiu?

— é pior. Me desculpa, por favor. — falei num sussurro.

— me conta, Becca, se você não me falar eu não vou poder te desculpar. — insistiu.

— Gustavo, lembra do jogo contra o São Paulo na liberta? — assentiu com a cabeça. — depois do jogo o Luiz Adriano fez uma festa na casa dele e pelo que me recordo você foi sozinho comigo, não é?

— sim, me lembro até que você sumiu e eu fiquei igual um doidão te procurando. — riu fraco com a lembrança desse dia. — onde estava?

— eu estava em um quarto com Joaquín Piquerez. — e foi nesse momento... nesse bendito momento que sua expressão risonha tornou-se séria. — estávamos um pouco alterados e, bem... rolou aquilo que...

nós 3 - joaquín piquerezKde žijí příběhy. Začni objevovat