ANTES

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Um mês

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Um mês. Eles conheceriam seu filho em um mês. Annabeth e Percy mal conseguiam falar.

Algumas semanas foi o tempo que levou para conseguirem toda a documentação necessária e não demorou muito para receberem a ligação. A ansiedade da espera estava corroendo os dois, não era estranho ver Annabeth sentada olhando para o telefone fixo, que Percy nem sabia o motivo do casal o ter, com as pernas balançando agoniadas; ou ver ele próprio encarando o telefone da cozinha se distraindo e queimando o jantar.

Então quando Sabrina, a advogada dele, ligou para informar que eles teriam uma visitação dentro de um mês, para conhecer algumas crianças que estavam para ser adotadas, eles mal conseguiam respirar.

Era real.

Estava acontecendo. Mesmo que Percy tentasse se manter positivo para sua esposa, a dúvida se eles conseguiriam ainda arranhava o fundo de sua mente, aparecendo em seus pesadelos mais tenebrosos, mas agora... Era real. Eles conheceriam o filho ou filha deles em um mês.

Parecia o destino que era o mesmo mês de seu aniversário de casamento.

Annabeth começou a sorrir e seu marido a seguiu. Eles estavam enlouquecidamente felizes, nem sabiam que era possível todo aquele sentimento transbordando deles, enchendo toda a casa. Uma nova luz em suas vidas que estava deixando tudo mais colorido, mais vivo. A grama era mais verde, o céu era azul brilhante, as flores eram tão coloridas que fazia os olhos arderem, mas nenhum dos dois tiraram os sorrisos gigantescos do rosto.

Eles correram para pegar o carro e enquanto Percy dirigia, Annabeth mandava mensagem para Grover e Juniper os encontrarem na casa de Sally, onde estavam indo agora. Era uma emergência, afinal. Deixou os dois assustados de propósito e ligou para a sogra, só para conferir se ela estava em casa com Paul e Estelle e graças a alguma coincidência do destino, eles estavam.

O carro mal parou antes dos dois pularem na calçada e correram para a porta da frente, competindo já que quem chegasse primeiro, contaria a novidade a família. Eles ainda não conseguiam parar de sorrir, nem com as bochechas ardendo.

Os dois chegaram ao mesmo tempo, com as respirações ofegantes e corações acelerados parecendo que correram três maratonas - não eram mais tão jovens assim, afinal -, mas dessa vez nenhum deles discutiu ou acusou o outro de roubar, ambos animados demais para isso. Percy dava pulinhos que nem uma criança ansiosa para abrir os presentes de Natal.

Sally abriu a porta com um olhar preocupado. Grover e Juniper já haviam chegado havia alguns minutos e deixou todos eles preocupados, mas quando viu como seu filho e sua nora estavam, seu corpo relaxou.

Nenhum deles falou nada, apenas entraram na casa e deram as mãos. Deus, a última vez que eles fizeram isso foi para anunciar que Bernardo estava sendo gerado, com Isabela eles estavam com medo de tudo e Annabeth nem saía de casa para evitar todos os perigos possíveis. Era legal ter esse ciclo fechado, começou ali, com seu primeiro filho e, se tudo continuasse correndo dessa forma, terminaria com seu terceiro filho em casa logo.

A festa durou a noite toda e Percy achou que nunca esteve tão feliz em toda sua vida. Não só pela notícia que fez todos se reunirem ali na casa de sua mãe, mas por todas as pessoas ali que largaram tudo quando Annabeth chamou, que ficaram tão felizes quanto o próprio casal. Aquelas pessoas que eram sua família e ele amava loucamente todos ali. Deus, Percy não conseguia parar de sorrir.

Não quando voltou para casa e ajudou a colocar sua esposa levemente bêbada para dormir, não quando olhou àqueles dois ursinhos de seus dois primeiros filhos que eram agora estrelas. Seu coração ainda doía de saudade e ele sabia que nunca iria passar, ele não queria que a dor fosse embora, mas agora a dor não o dominava. Percy iria contar sobre Bernardo e Isabela para a nova criança que vinha, ele não iria esquecê-los. E também compraria um ursinho para ela, um verde dessa vez. Verde significa esperança, alguns diziam.

Ele tomou banho e vestiu uma calça de moletom confortável e se deitou ao lado de Annabeth, que se agarrou a ele como fazia sempre e afundou a cabeça no pescoço com cheiro da colônia gostosa de seu marido.

- Eu amo esse dia - sussurrou. Percy beijou sua cabeça e apertou contra si, abraçando-a mais forte.

- Só vai ser melhor quando trouxermos nosso filho para casa.

- Ou filha!

Percy riu. Percy gargalhou. Ele não ligava, só estava loucamente feliz.

✓ HAVE YOU EVER SEEN THE RAIN?, PERCY JACKSONOnde histórias criam vida. Descubra agora