Capítulo 6

131 10 0
                                    

A água morna me acolhe, chega na metade do meu abdômen, o que significa que cobre Dulce até a parte superior dos seios. Ela me pega totalmente desprevenido quando surge da água há uma distância de menos de meio metro, quando foi que mergulhou?

Dul: É boa, não é?

Christopher: Sim...espere, o que?

Dul: A água, Christopher. - caramba preciso me recompor aqui.

Christopher: Claro...ela é ótima.

Dul: Eu gostaria de tentar uma coisa.

Christopher: Que coisa?

Ela se aproxima de mim devagar, meu coração dispara quando entendo o que ela quer tentar, ao mesmo tempo em que também me permito aproximar dela. Minha respiração está quase ofegante quando nossos lábios se tocam, primeiro devagar e depois de modo mais intenso quando ela dá passagem para minha língua e engancha seu braço no meu pescoço. Assim como seu cheiro, Dulce tinha gosto de mel, doce e quente. Puxo sua cintura em minha direção até que nossos corpos estejam grudados pressionando-a em mim. Caramba, bastou beijar minha noiva uma vez para perceber que estou gostando dela. É, eu gosto de Dulce. E espero que ela sinta o mesmo por mim.

Quando nos separamos, já quero prová-la outra vez, Dulce está sorrindo, um sorriso diferente dos que eu já tinha visto, de fazer qualquer um pirar totalmente. Ela não me deixa escolha, apenas a puxo de volta para meus braços e a beijo mais uma vez, de modo ainda mais intenso que antes, minha noiva agarra meus cabelos, alcanço seus quadris e Deus sabe que eu queria apertar sua bunda, arrancar seu biquíni e passar minha língua por todo seu corpo molhado, mas me contive. Teríamos continuado, mas escutamos a maçaneta girar e nos separamos quase abruptamente. Camilo entra, está usando terno e tem a gravata pendurada no pescoço:

Camilo: Ah, vocês estão aqui! Sinto interromper crianças, mas temos um compromisso repentino.

Dul: Que compromisso, papai?

Camilo: Temos um jantar com alguns investidores, souberam que Christopher está aqui e estão loucos para interagir com ele. Vou na frente, o motorista espera para levar vocês em outro carro dentro de uma hora. Desculpe estragar o momento de vocês, com licença queridos.

Essa não! Jantar com empresários era um pesadelo, provavelmente fariam perguntas que não saberia responder, e se descobrissem que sou uma farsa? Meu Deus, o que farei agora? Quando consigo voltar minha mente para agora, Dulce está suspirando e indo até a borda da piscina:

Dul: Bem...te vejo em uma hora, o dever chama. - Dava para notar o desânimo em sua voz, ela só queria poder ter uma vida mais normal e privativa, ou ao menos conseguir passar um momento com o cara com quem foi obrigada a se casar para tentar conhecê-lo ao menos um pouco. - outro desses jantares enfadonhos onde as mulheres são vistas como acessórios. - ela diz, vestindo seu roupão.

Christopher: Dul, espere - seus olhos encontram os meus, estendo a mão e ela pega prontamente, nesse instante decido que vou fazer desse jantar algo agradável para minha noiva, de algum modo - que bom que passamos a tarde toda juntos. Eu...gostei muito.

Dul: Eu também - seu rosto se ilumina, fico feliz em saber que ela também gostou. - especialmente a parte da piscina.

Christopher: É, especialmente a parte da piscina - seu rosto ganha um tom corado encantador, antes que perceba a estou beijando novamente, dessa vez de modo terno e calmo, cada vez que a beijo só quero beijar mais.

Depois que nos separamos, ela sorri e desaparece entre os inúmeros corredores da mansão, me apresso para ir ao meu quarto tomar um banho e vestir um terno. Espero minha noiva ao pé da escada, como num filme ela aparece no topo, um vestido preto com bordados era sua escolha para a noite, os cabelos estavam presos num coque despojado, essa mulher não consegue ser menos que perfeita? Em menos de uma hora conseguiu lavar e secar os cabelos, fazer seu cabelo, maquiagem e colocar aquele vestido. O que será que usava por baixo? Contenha-se Christopher! Ela me alcança no fim da escada:

Dul: Você está bonito. - Ela diz, corando.

Christopher: E você está perfeita.

Dul: Pronto para ser o alvo dos velhos abutres?

Christopher: Promete ficar comigo?

Dul: Nem tem como dizer não.

Christopher: Obrigado. - Beijo sua testa e vamos de braços dados até o carro, rumo ao jantar.

Acho que nunca ouvi tantas vezes "Senhor Uckermann" como naquela noite, Dulce tinha razão, eles eram uns abutres, só sabiam falar de dinheiro, negócios e dinheiro. Consegui me desvencilhar deles o máximo possível, já que só havia uma pessoa que realmente me interessava ali, a ruiva ao meu lado. Quando voltamos, levo Dul até a porta do seu quarto.

Dul: Você conseguiu, tornou uma noite chata muito legal.

Christopher: Fico feliz em te deixar feliz.

Dul: Antes de nos conhecermos, tinha muito medo de você não gostar de mim.

Christopher: É impossível não gostar de você, Dul.

Dul: Bem... é impossível não gostar de você também. Posso pedir uma coisa?

Christopher: O que quiser.

Dul: Vamos ser sempre sinceros um com o outro? Acho que tudo isso pode dar certo se mantermos nossa sinceridade.

Christopher: Claro, Dul. - digo com peso na consciência. - Prometo.

Dul: Está bem.

Christopher: Agora só está faltando uma coisa.

Dul: O que?

Christopher: Meu beijo de boa noite.

Ela sorri e se inclina na minha direção, colocando os braços em volta só meu pescoço, nossos lábios se tocam e sinto o calor se espalhando pelo meu corpo, trazendo-a para mais perto de mim, mas sei que não devo avançar ainda, não quero que ela pense mal de mim. Nos separamos e me despeço dela, indo até meu quarto.

Tinha muito no que pensar quando deitei na cama, principalmente na minha promessa para Dul, me sinto péssimo por nossa relação ter começado a partir de uma mentira. Mas o que poderia fazer? Dizer a Dulce que sou um pobretão? Que futuro ela teria ao meu lado? Aliás, nós nunca nos conheceríamos se não fosse toda essa história. Tomo o café da manhã no meu quarto, Dul tinha saído para ajudar uma amiga a fazer compras. Me certifico de que ninguém está ouvindo, então ligo para Lisa para saber sobre Marcel. A resposta continua igual, ele está no hospital que estou pagando e segue em coma. Depois que desligo, respiro fundo e aperto o botão para ligar o Facetime, é a primeira vez que vou falar com Jorge Uckermann por uma chamada de vídeo:

LIGAÇÃO ON

Jorge: Christopher, como está filho?

Christopher: Eu estou bem. O senhor fez boa viagem?

Jorge: Sabe como é a Suíça, sempre mais do mesmo. Como está a boa e velha Madrid?

Christopher: Tudo certo.

Jorge: Sempre um homem de poucas palavras, hein filho? Me conte sobre a sua noiva.

Christopher: Dulce é uma mulher incrível.

Jorge: Sua mãe vai gostar de saber, ela nunca apoiou minha ideia de juntar você com a filha do Saviñon.

Christopher: Hum...onde ela está?

Jorge: Fazendo qualquer uma das coisas irrelevantes que sua mãe faz. Depois mande uma mensagem e ela ficará feliz. Agora vamos ao que interessa: quando vai marcar o casamento.

Christopher: Acabei de conhecê-la!

Jorge: Já está noivo?

Christopher: Sim.

Jorge: Então não há nenhum impedimento. Apresse essa casamento, quero ir logo a Espanha. Tenho uma reunião agora, foi bom falar com você. Até logo, Christopher.

LIGAÇÃO OFF

Quanto mais conheço o senhor Uckermann, mais entendo o porque seu filho preferiu se jogar no mar a aguentá-lo mais um pouco, e agora essa história de querer apressar o casamento como se o mundo fosse acabar. Claro, me casaria mil vezes com ela, mas não precisamos correr.

Ser o ParecerOnde histórias criam vida. Descubra agora