Capítulo 7

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Minha noiva estava na biblioteca, totalmente distraída olhando alguns dos volumes em uma prateleira, o que me dá tempo para observá-la. Usava um vestido creme que ia até o meio das coxas, saltos dourados e tinha os cabelos vermelhos soltos, caindo em ondas, era tão linda que poderia passar horas olhando para ela e nunca me cansaria. Dou passos silenciosos e a levanto pela cintura, o que a faz soltar um gritinho e rir:

Dul: Christopher! Você me assustou! - ela se vira para me beijar, era incrível como isso tinha se tornado tão natural desde ontem, como se estivéssemos juntos há anos, não a semanas. - Como foi com seu pai?

Christopher: Ele está... empolgado com tudo. - Não vou contaminar minha doce noiva com a personalidade ruim de Jorge.

Dul: Acha que seus pais vão gostar de mim?

Christopher: Dul, é impossível não gostar de você. Eles não serão excessão. - Ela sorri e parece aliviada - o que está lendo?

Dul: Comprei esse guia de Titanic. Tem fotos dos bastidores, entrevistas com atores e produção, e uma série de fotos inéditas. Gosto desse filme.

Christopher: Eu também, quer dizer, não dá parte da morte, mas do resto sim.

Dul: Acho uma história romântica, o mocinho humilde e aventureiro encontra a mocinha rica e presa numa vida que detesta, então os dois vivem uma linda história de amor.

Christopher: Dul, você ainda gostaria de mim se eu fosse ... diferente?

Dul: Como assim?

Christopher: Eu não sei...e se eu fosse pobre, por exemplo?

Dul: Claro que gostaria de você. Talvez nunca nos conhecêssemos se você tivesse uma realidade tão diferente da minha, afinal nem vivemos no mesmo país... mas se eu te encontrasse em qualquer circunstância, te conhecesse e soubesse que você é exatamente assim, então não me importaria com o resto. Mas por que está perguntando isso?

Christopher: Por nada.

Dul: E quanto a mim? Ainda gostaria de mim se não fosse rica?

Christopher: Gostaria de você de qualquer forma que fosse.

Dul e eu passamos a tarde toda no deque e na piscina, como um verdadeiro casal. Beijando, abraçando, rindo e trocando carinhos. Depois do jantar, Camilo e eu conversamos um pouco sobre os negócios de sua família, era impressionante como ele era diferente de Jorge Uckermann. Um homem paciente, educado e carismático, gostava muito do meu futuro sogro. Quando já estamos encerrando a noite, meu celular vibra, Dulce pergunta se ainda estou ocupado e digo que não, ela quer saber se podemos ver um filme juntos. "Claro, no cinema?" "No meu quarto". Nossa, o quarto dela, eu nunca estive lá dentro antes. "Vou vestir algo confortável e ir até você". "Estou te esperando".

Visto meu pijama e caminho pelo corredor, estava aprendendo a andar pela mansão sem me perder. Bato na porta, estou um tanto nervoso, Dulce me recebe também em seu pijama, céus ela estava sexy! Seu quarto era ainda maior que o meu, bem decorado e exalando seu cheiro de mel. Era possível ver de longe o acesso ao seu closet gigante, deve haver milhares de dólares em roupas, sapatos e joias ali:

Dul: O que está fazendo aí parado? Deite aqui - ela aponta para o lugar vago ao seu lado na cama, eu obedeço, ela se aninha em meu peito. - Aqui está o controle, eu provavelmente vou acabar dormindo, mas não me acorde, ok?

Ucker: Quer que eu apague a luz do abajur ao sair ou...

Dul: Quero que durma aqui comigo, Christopher. Se quiser, é claro.

Christopher: Claro que quero dormir com você.

Acordo e olho para o relógio na parede: 6h25. Dul ainda está aninhada em mim, os cabelos vermelhos esparramados nos travesseiros da grande cama. Aquela noite ao lado dela tinha sido um dos melhores momentos da minha vida, apenas por estar com ela. Agora observo-a dormir tranquila, a expressão serena e calma... o que pensaria se soubesse que sou um ninguém e ainda por cima menti para ela? Afasto o pensamento, não quero lidar com isso. Agora sou Christopher Uckermann, o empresário argentino milionário que vai se casar com Dulce Saviñon.

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