Season Of The Witch

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Nota da autora:
Black Magic Woman também está disponível no Spirit, ok? Vou deixar o link no final.

Já faz um tempo que tenho uma leve obsessão nada saudável pelo Per e pelo Mayhem. Sempre quis escrever algo com ele, mas ficava com aquele pé atrás, pois não queria de forma alguma ser desrespeitosa com sua história e sua imagem. O público aqui no Wtt ainda é maior que no Spirit, então me deixa mais leve saber que não vou estar escrevendo somente para mim.
Resolvi compartilhar essa ideia que vem rodando minha cabeça a algum tempo. Espero de coração que gostem 💜
Até o momento é isto!
Boa Leitura 🖤





𝕺𝖘𝖑𝖔, 𝕹𝖔𝖗𝖚𝖊𝖌𝖆. 𝕵𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔, 1989


𝕺𝖘𝖑𝖔, 𝕹𝖔𝖗𝖚𝖊𝖌𝖆. 𝕵𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔, 1989

A típica noite de lua cheia, tão adorada pelos pagãos, tão ignorada pelos que não acreditam no poder inimaginável da natureza e do universo. Sua luz fazendo sombra sobre as lápides, aquela noite a lua se exibia ao céu, sem nenhuma nuvem para impedir seu brilho.

Uma brisa fria fazia com que a saia de chiffon voasse, o tecido subia pelas panturrilhas alvas e os pés descalços se afundavam a terra fofa ao que rodopiava por entre as lápides em uma dança, um balé mórbido. Havia um leve sorriso em seu rosto, mesmo com as lágrimas que insistiam em descer por suas bochechas, manchando-as com sua maquiagem pesada. Respirou fundo e ergueu as mãos para o alto, as unhas longas davam a impressão que seus dedos eram mais finos e mais longos, como as garras de unha ave. O som de uma coruja se fez atrás de si, virou-se imediatamente para observar o animal, agora contra a brisa, seus cabelos se espalhavam ao ar, voando sobre seu rosto. Seu sorriso se abriu.

"É um sinal!"

Lembrou das outras vezes em que aquele esplendoroso animal havia aparecido para si; a primeira, muito semelhante a de agora, em um cemitério em Birmigham no dia em que sua mãe fora enterrada, a vinte anos atrás, que sendo apenas uma criança, soltou-se da mão de seu pai e correu atrás do animal que voou alto, nunca havia visto uma coruja antes do sol se por. A segunda fez foi durante a madrugada, enquanto chorava solitária em seu quarto, e então a terceira, naquele fatídico dia... Ela sabia o que aquilo significava, algo mudaria em breve, e deveria se preparar, mas a coruja sempre a encarava, com seus grandes olhos, sem nada para lhe dizer.

Olhou para baixo, a lápide estava bem cuidada, apenas as folhes murchas que apodreciam sobre a terra, sua vó ainda teve cuidado de deixá-las ali antes de partir. O nome cravado sobre a pedra denunciava seu dono.

"Jakob Virtanen : Amado pai e filho"

A mulher torceu a boca antes de cuspir sobre o nome tão conhecido, vendo sua saliva escorregar pela pedra até a terra abaixo de si.

- Eu te disse que um dia dançaria sobre seu túmulo. - Soltou uma gargalhada alta e rodopiou, um sorriso em seu rosto, os cabelos longos se movendo junto a si, como um fantasma, ou um vulto negro em meio aquele cenário taciturno. Dançava como se de fato tivesse música alguma além do completo silêncio.

Black Magic Woman (Pelle Ohlin)Where stories live. Discover now