Hate to love, love to hate

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*Pensem no Johnny Depp para imaginarem o Daniel*

Daniel foi o primeiro amor de Jade. Bem, ao menos é como ela gosta de pensar.

Ele não era o melhor exemplo de pessoa, e suas atitudes deixaram sequelas incuráveis. Ainda havia algo dentro dela para ele, fosse amor, ódio ou repulsa.

Quando Jade pensava em amor, sua imagem ainda vinha a cabeça. Não era Simon da quinta série, não era Jack da casa ao lado, muito menos seu primeiro namorado, Fred, infelizmente a imagem de Daniel ainda vinha a sua mente, vivida como nunca.

Quando saiu da clínica e seu psiquiatra disse, forjando um tom encorajador, que ela já estava melhor, Jade resolveu se livrar de todas as lembranças de Daniel. As fotos, as roupas, seus presentes, mas não conseguiu se livrar daquela maldita cigarreira prateada, que sempre levava consigo. Nada o apagaria de sua memória.

Ao fechar bem os olhos, ainda podia vê-lo, ouvindo Black Sabbath enquanto dirigia seu Mustang vermelho, as tatuagens nos seus braços e seu sotaque americano. Em como sua mão repousava em suas pernas descobertas, apertando levemente, porém, deixando a marca de seus dedos nas coxas cálidas. Por isso ele gostava tanto de seus vestidos de verão.

Como ela o amou.

Amava o jeito que ele soltava fumaça pelo nariz, odiava o fato dele tê-la apresentado aquele vício. Amava sua inteligência, odiava sua estupidez. O amava pelo o que tinha feito, o odiava pelo mesmo motivo.

Sentia falta do banco de trás de seu carro, do calor de seu corpo, do jeito que ele a amava, do jeito que parecia puro e eterno. Sentia falta de como ele a fazia sentir, a forma que o mundo e todos seus problemas pareciam sumir quando estava a seu lado.

Jade imaginou por aqueles dois anos em que estiveram juntos, que fugiria com ele depois que se casassem e por mais que não tivessem dinheiro algum, os dois seriam felizes.

1980

-

Não precisamos de dinheiro, podemos fazer tudo funcionar.

As lágrimas desciam violentamente pelo rosto de Madison, fazendo o possível para não fungar alto e acordar seu pai.

- Você tem que aguentar mais uns meses, Maddie. Eu não posso fazer milagres.

Daniel tinha planos, é claro. Se casaria com Madison assim que ela fizesse dezessete anos e pudessem ser legalmente casados. Conseguir a autorização de Jakob seria impossível, o homem o detestava com todas as forças desde que descobriu sobre seu namoro com sua filha menor de idade. Jakob Virtanen dizia que Daniel havia tirado a inocência de sua filha, mas ambos sabiam que a inocência da jovem Maddie não existia mais à anos.

- Apenas me tire daqui. Só me leve para longe dele!

- Maddie... - O ouviu bufar do outro lado da linha, o que a deixou ainda mais irritada.

- Pare de ser a porra de um covarde, então! - Sua voz era dura, sua expressão tristonha mudou drasticamente para raivosa.

- Eu não quero ser preso, caralho. - Daniel aumenta a voz. Madison estica o pescoço para verificar a escada que dava para o andar superior, como se seu pai pudesse ouvir a exaltação de seu namorado. - Da última vez eu escapei por pouco. Por que o filho da puta do seu pai disse que iria chamar a polícia de me ver com você mais uma vez.

A garota revira os olhos entediada.

- Nós podemos colocá-lo na cadeia antes.

Daniel franze o cenho, com o telefone preso entre seu ombro e sua orelha, ocupava as mãos bolando um cigarro de maconha.

Black Magic Woman (Pelle Ohlin)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt