I'm With The Band

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A deusa e o universo ouviram suas preces.
Muito obrigada por cada comentário, eles são poderosos.
Estava ansiosa por esses dois capítulos - Sim, vocês vão ter Att dupla hoje -, e espero quer gostem.
Boa leitura 🦇🦇



O dia havia passado se arrastando. O ponteiro se movia preguiçoso e eu estava ao ponto de ter um ataque. Apenas queria ir pra casa, verificar se Agatha estava bem. Só em pensar na hipótese de perde-la, ou de que a fizessem mal mais uma vez, sentia um peso em meu peito.

O relógio finalmente bateu 17 horas e meu tão esperado fim de expediente havia chegado. Saio às pressas a fim de pegar o ônibus às 17:10 e não ter que esperar quinze minutos para o próximo.

- Eu realmente preciso comprar um carro. - Falo comigo mesma, ao ver o ônibus aparecer no fim da rua. Ainda tinha uma pequena caminhada até chegar em casa.

Havia uma certa paz ao ver a quantidade de casas e lojas se tornarem mínimas e os campos abertos tomarem conta de minha visão. Não sei como consegui passar anos morando em uma cidade grande como Londres, nada me dava a paz de Kråkstad. Os verdes pastos e como as cores das casas se destacavam, eu realmente achava que nada podia me preocupar. Havia aquele maldito loiro, que parecia idiota demais para tirar minha paz, mas havia o feito, depois de passar o dia tensa e me sentir na necessidade de trancar Agatha em casa, eu ainda queria espancar aquele sueco.

Desci no ponto de ônibus, que ficava na esquina da entrada do vilarejo. Andando o mais rápido que posso, a respiração entrecortada, que começava a sentir uma dor na parte baixa de minhas costelas.

A caminhada de pouco mais de 1 quilômetro, pareceu ainda mais longa. A distância entre as casas parecia quilométricas. Estranhamente me animei ao passar na frente da casa vermelha, que ficava um tanto alta. Ao longe vi Jørn e o outro baixinho cabeludo, que até onde sei era o baterista da banda, o qual não tive contato o suficiente e não ouvi tanto sobre para lembrar seu nome, os dois colocavam seus instrumentos dentro de uma van, e não notaram que eu passava pela rua. Marcin foi o único que me viu, e acenou da varanda da casa, não o respondi, não por falta de educação, apenas, não consegui reagir.
Øystein estava irritado comigo.

Decidi não ir para o seu show, depois de surtar, com razão, com o seu vocalista. Porém, Øystein não estava irritado por eu ter batido em Pelle. Ele estava irritado pois contava comigo.

"Não, Øystein, eu não vou a merda do seu show."

Foi o que eu disse ao sair marchando em direção a minha casa, depois de tentar atacar o loiro novamente e ser segurada por Jørn, com o argumento de que ainda precisavam de Pelle vivo.
Sueco maldito.

Abro a porta de casa e consigo finalmente respirar com calma, ao ver Agatha dormir na poltrona da sala. Ao ouvir minha voz chamar seu nome, a felina esticou seus membros, relaxando seus músculos e virando sua barriga cor de neve para cima, seu ronronar pedia carinho, pedido que logo atendi.

- Meu amor. - Chego perto dela e acaricio sua barriga, algo que sempre me estranhou no comportamento de Agatha, já que maioria dos gatos não gostam que toquem nessa parte. - Da próxima vez eu atiro nele. Você quer que eu atire nele, bebê?

Após colocar comida e água fresca para Agatha, fui finalmente tomar um banho quente, me livrar do suor seco que estava em minha pele, graças às minhas passadas rápidas de mais cedo.

Minha camisola longa flutuava pela casa, junto a meu robe branco. Havia algo especial em usar aquilo quando estava em casa, os pijamas de flanelas e camisetas velhas nunca foram o meu forte. Sempre achei que isso se devesse ao fato de que cresci com os filmes americanos dos anos 50 e 60, queria me sentir como Ava Gardner por um momento. Penteava meus longos cabelos sentada a frente da penteadeira, por mais que me desse pena, teria que cortar alguns bons centímetros de pontas ressecadas, não consigo me lembrar de quando fiquei tão apegada aos meus fios.

Black Magic Woman (Pelle Ohlin)Onde histórias criam vida. Descubra agora