Succubus

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"Got a black magic woman



I got a black magic woman



Yes, I got a black magic woman



Got me so blind I can't see



But she's a black magic woman



And she's tryin' to make a devil out of me"




- Inferno! - Pelle soltava xingamentos ao vento. Na última semana aquela maldita música não parava de tocar dentro de sua cabeça, e por vezes, se pegava cantarolando. E tudo era culpa dela.



Ela deve saber exatamente o que está fazendo, pois Per pode jurar que ela é uma maldita Súcubo. Agora o loiro sentia ainda mais raiva e confusão em relação a aquela mulher infernal. Ela havia o visitado em seu sono por três noites seguidas, por misericórdia, o poupando na quarta noite, mas na quinta ela voltou, como um pesadelo erótico que o seduzia e o assustava.



Per a odeia, e odeia sua mente por pensar em Jade daquela forma.



Jade tinha um nariz em pé, e por algum motivo todos gostavam dela, todos a queriam por perto. Havia algo em seu modo rústico, em sua aparência selvagem, no seu modo de agir sem filtros, que Per admirava, mas ainda havia raiva e receio dentro de si, por ela e por aquele maldito gato caolho.



5 NOITES ATRÁS



Jade tinha um cigarro entre os lábios, encarava Per do outro lado da mesa, que tinha os olhos baixos, nos próprios pulsos, pobremente enfaixados em silver tape e bandagens, formando bolos de tecido ensanguentados por baixo da fita. Ela sentiu pena, e impressionantemente, admiração.



Todos conversavam na mesa de bar, onde comemoravam o sucesso que havia sido o show e falavam sobre o quão incrível era o novo vocalista. Jade já havia visto artistas performáticos antes, burlescos, apresentações de body art, podia-se dizer que estava antenada com o mundo artístico, mas Per era diferente. Ele parecia frágil, como se pudesse segurar em seu pulso e quebrá-lo facilmente, porém, havia força, alguma ira oculta que somente agora podia enxergar, e de alguma forma, a seduzia.



A morena apagou seu cigarro no cinzeiro e deu a volta na mesa, puxando uma cadeira para o lado do loiro. Per estava pálido como um fantasma, seus lábios rachados e em um tom fúnebre de azul. Parecia desorientado demais para reagir. Ela pegou o antebraço que estava mais próximo de si e o analisou. Pelle levantou o olhar pela primeira vez, agora a via de perto, estranhamente perto, e parecia sem forças para puxar seu braço de volta.



Ele notou pela primeira vez algumas sardas na ponte de seu nariz, que sumiam sobre as maçãs de seu rosto, coradas pelo álcool, assim como seu peito de respiração calma e o vale de seus seios onde descansava uma cruz prateada e um tanto grosseira. Desde quando os olhos dela eram tão brilhantes, tão grandes? Per não notou que a encarava igual um idiota, com olhos baixos e a boca entreaberta.



- Eu não sei como você consegue. - Ela admite traçando o antebraço de Per com suas unhas longas, enquanto o repousava sobre suas coxas cobertas pela meia arrastão. O loiro não conseguia ouvir ou raciocinar, apenas encarava o movimento dos dedos de Jade em seu braço enfaixado e em como o dorso de sua mão podia sentir o calor de suas pernas cálidas. Sem notar, Per umedeceu os lábios e o sangue que parecia correr em escassez no seu corpo, estava borbulhando. Jade levantou o olhar para o rosto de Per, para encontrá-lo quase babando encarando seus lábios. - Ei, tá tudo bem? - Jade se aproxima ainda mais, encostando a mão na testa de Per, surpresa por estar em temperatura normal e não gelada por sua palidez.



Aarseth encarava os dois na outra ponta da mesa, olhos semicerrados enquanto bebericava de sua terceira garrafa de Coca-Cola.



- Acho que o Dead roubou sua namorada. - Jørn comenta perto do ouvido do amigo.

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⏰ Última atualização: Mar 17, 2023 ⏰

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Black Magic Woman (Pelle Ohlin)Onde histórias criam vida. Descubra agora