Emma é uma das milhares de pessoas que se mudaram para Nova York, atrás de uma vida melhor, ou apenas para esquecer o passado, que às vezes machuca como uma faca que foi cravada no coração.
Inteligente, forte, corajosa e uma beleza de invejar qualqu...
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Ouço um "bip" bem distante. Vou abrindo meus olhos devagar, me acostumando com a claridade ao meu redor. Pisco algumas vezes focando no teto branco, olhei ao redor notando que estou em uma sala hospitalar.
John está dormindo todo torto em um pequeno sofá perto de uma grande janela de vidro com vista pra algum canto de Nova York, com prédios.
Voltei a encarar o teto.
Aos poucos fui assimilando o que tinha acontecido comigo. Tinha sangue e eu estava tomando banho sentindo dor de cólica ou algo assim.
Fiquei apavorada, porque já tinha acontecido aquilo antes, do mesmo jeito. Deveria ter vindo procurar o médico mais cedo, com certeza o quê eu tenho deve ser grave. Talvez seja consequência do que me aconteceu no passado, assim como o médico me disse que ficaria com sequelas.
— John?
Chamei baixinho o nome do loiro, que praticamente pulou do sofá.
— Emma, que bom que acordou.— Sorriu minimamente sentando na cama ao meu lado, segurando minha mão. — Tá sentindo alguma coisa? Dor?
Balanço a cabeça em negativo.
— Ok, isso é bom. Vou chamar um médico.— Disse apertando um pequeno controle em cima de uma mesa ao lado da cama.
— O quê aconteceu?— Sussurrei.— Estou com alguma doença?
— Não, amor. Você não está com nenhuma doença. — Passou os dedos pelo meu rosto.— Mas deveríamos ter procurado o médico antes, Emma.
— John, o quê eu tenho? Me fala logo.
Minutos se passaram. O loiro só está me encarando sem nenhuma expressão.
— Eu deveria deixar o médico falar, mas eu preciso contar.— Apertou minha mão.— Preciso também que se acalme.
— John, fala logo.
— Você está grávida, Emma.
Meu mundo parou. Tudo ao meu redor girou, e algo explodiu dentro de mim. Um misto de sensação atingiu meu corpo em cheio.
— O quê? É impossível! Eu falei pra você que não posso ter filhos.
— Parece que não é impossível.— Levei minha mão até a barriga, John acompanhou esse ato com os olhos.
Eu não sei o quê pensar. Esperei isso por anos, mas sabia que nunca iria conseguir, mas agora tenho um bebê dentro de mim, crescendo.
Encarei o John que ainda está com os olhos sobre minha barriga. Apesar desse ser meu maior sonho, ainda não é o dele. John quer ter filhos comigo como me disse uma noite depois que conversamos sobre casamento e nosso futuro juntos, mas agora que temos três meses de namoro, não era esse o plano.
Uma batida interrompeu meus pensamentos. John respondeu para a pessoa entrar, antes de se erguer da cama novamente.
Um médico entra, sendo seguida por uma enfermeira.
