— Ainda não aprendeu a não entrar na minha sala sem minha autorização, Srta.Johnson?
É lá estava aquela voz rouca que desejei nunca mais ouvir, ou melhor, achei que não fosse ouvir.
John está parado próximo a porta, de braços cruzados, casualmente. Sua expressão tá tão relaxada que eu me pergunto se ele lembra da nossa última conversa e como ela acabou. Seus olhos azuis estão focados em mim, só param quando piscam, meu corpo está quente e nervoso com isso.
— Não vai falar nada?— Perguntou caminhando em passos lentos, até parar próximo a mesa, ainda do outro lado.— Parece a primeira vez que nos encontramos, você ficou tão surpresa e assustada.
— Você foi um mal educado.— Sussurro deixando a fotografia no mesmo lugar.
John solta uma risada, ainda me encarando. Nego com a cabeça antes da meia volta, caminho rapidamente em direção às minhas coisas, mas parei ao sentir a mão do John se fechando ao redor do meu braço.
— Quero conversar com você, Emma.
— Não temos nada pra conversar, Jonh.— Tentei me soltar, mas John não largou meu braço, não ao ponto de apertar para me machucar.
— Não quero te obrigar a nada, mas por favor me ouça.
— Sussurrou em tom de súplica.— Eu só preciso de alguns minutos, nada mais.Viro meu rosto em sua direção. John está a alguns centímetros longe de mim, seus braços estão caídos, e sua expressão abatida, como se realmente sua vida dependesse disso.
— Prometo que se você não quiser ficar depois que eu falar tudo, te deixo ir embora.
— O quê quer dizer, John? Me diga! Será que você já não disse tudo…
Fecho os olhos. Conto até três antes de abri-los novamente. John está me observando atentamente, como se esperasse uma confirmação de que deve prosseguir.
Mas estou farta e com o coração dilacerado para ouvir pedido de desculpas ou arrependimentos da sua parte, em relação ao que aconteceu conosco.
— Quero falar primeiro.— Digo com a voz mais firme que consigo.
John leva alguns segundos para assentir com a cabeça. Dou um passo para trás, como se fosse me ajudar em algo, mas talvez vá.
Meu corpo é muito traidor, não quero me jogar nos seus braços como uma boba apaixonada, por mais que ele suplicasse por isso. Precisa ser forte, Emma.
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MEU CHEFE
RomanceEmma é uma das milhares de pessoas que se mudaram para Nova York, atrás de uma vida melhor, ou apenas para esquecer o passado, que às vezes machuca como uma faca que foi cravada no coração. Inteligente, forte, corajosa e uma beleza de invejar qualqu...