Capítulo 43

71.4K 5K 846
                                    

Sinto uma dor no meu ventre

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Sinto uma dor no meu ventre. Quando dou por mim, estou no banheiro do meu antigo apartamento em Seattle, como anos atrás.

Olho para baixo, encontrando água do chuveiro e o sangue se misturando, escorrendo em direção ao ralo. Minha respiração se torna ofegante em questão de segundos. Começo a gritar pedindo socorro, mas minha voz não sai, e nem minhas pernas me obedecem.

Então fecho os olhos. Posso sentir a dor de perder meu filho aumentando.

Quando abro meus olhos, não estou mais no banheiro. Me encontro deitada em uma cama de hospital, Sophie e Tio Adam estão ao meu lado segurando minhas mãos.

Balanço a cabeça em negativo diversas vezes, sentindo lágrimas brotarem nos meus olhos. Ouço passos pesados do médico entrando no quarto, com um olhar empático.

Ponho minhas mãos no meu ouvido, chorando de desespero. Não quero ouvir novamente, não aquelas palavras.

"Sinto muito. Infelizmente a senhorita perdeu seu filho, encontraram um tipo de veneno específico no seu sangue, que é proibido aqui nos Estados Unidos."

Todos aqueles sucos depois das refeições que o Alex fazia questão de fazer, dizia que era pro nosso filho ficar ainda mais saudável.

"Esse veneno em específico causou algumas consequências no seu útero, e por esse motivo, a chance da senhorita conseguir engravidar novamente é mínima."

Meu peito se rasga. Não consigo sentir nada além de dor.

Abro meus olhos ao sentir vozes me chamando, e meu corpo sendo sacudido. Sentei na cama completamente molhada de suor, e com lágrimas nos olhos.

John está ao meu lado, me abraçando pelos meus ombros. Seus olhos estão assustados e preocupados, mas ele não diz nada, apenas me puxa para um abraço apertado.

— Eu...Eu…

Algumas frases surgem na minha cabeça, mas estou anestesiada demais pelo pesadelo para conseguir completar e falar.

— Ei, tá tudo bem.

John beija meus cabelos duas vezes, me apertando ainda mais contra seu corpo quente. Nos deitamos devagar.

— Não precisa falar nada, ok?

Concordo com a cabeça, temendo fechar os olhos e acabar voltando para meu passado. Agarro a camiseta do John, encarando o madrugada ainda escuro lá fora, através das cortinas abertas.

Não sei por quanto tempo ficamos daquele jeito. Em silêncio abraçados, apenas ouvindo a respiração um do outro. Consegui assistir a claridade entrar pelo quarto, e bater diretamente nos meus olhos, me chamando pra mais um dia.

E pela primeira vez desde que cheguei aqui no Brasil, não quis sair da minha cama para viver nada. Só queria morar no abraço do John onde eu estava me sentindo segura e bem longe de tudo que passei.

MEU CHEFEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora