Capítulo 4
Ponto de Vista
Camila Ekewaka— Ah! Tenha dó, esse foi o arremesso mais estúpido que eu já vi alguém dar. – Ula, eu e as crianças estamos tentando jogar futebol americano em um pico perto de uma cachoeira. O espaço é amplo quase como um campo de esportes mesmo, mas aberto, sem grades, só que o espaço é alugado e para chegar ali precisamos de um um guia com um 4x4. Como é um conhecido nosso, sempre fica conosco nas nossas partidas de futebol americano.
Só que repito: estamos tentando. Ula é péssimo, sempre foi, mais que péssimo. Agora mesmo ele tentou um touchdown saltitando igual uma gazela.
Sua bola foi tão longe quanto um avião de papel voa no ar.
— Ah é! Pois essa vai parar na outra ilha! – Irritadinho, com aqueles short coladinho ele pega a The Duke e posiciona no pé para chutá-la direção ao mar, embaixo do pico que estamos.
— Ah meu Deus, Ula! Não chute a bola. – Inútil. Meu pedido foi inútil. Ele apenas acertou um chute ridiculamente forte na The Duke e eu assisti ela cortar o ar direção o mar.
Ao menos temos outra bola! Ula é bem previsível. As crianças começam a rir do pai e eu apenas nego com a cabeça e as mãos na cintura ainda olhando na direção que a bola voou.
— Parem de rir, suas hienas! Quero ver se jogam melhor! – Então, as crianças saem correndo para pegar a bola reserva em nossas coisas, no chão mais ao canto do campo.
— Mostrem ao papai, o que é jogar! – Digo orgulhosa.
Em segundos, as crianças formam uma marcação, três de um lado e três do outro. E dão início a partida organizada, com direito a touchdown e tudo. Ao fim do primeiro touchdown eu estou sorrindo e o Ula está bufando.
— São uns chatos! São bons em tudo! Argh! – Ele finge indignação com as mãos nas cinturas e as crianças saem correndo do meio do campo para cima dele, todas rindo de seu pai bobão.
— O pai do ano ataca outra vez. – Caçoo, pegando a The Duke no chão e me preparando para arremessar até o Joshua, o guia dos picos.
— Inclusive, maninha. Conheci uma advogada tributária sexy na feira de peixes hoje de manhã. Ela comprou uma tilápia comigo, cobrei até mais caro, a danada tem grana. – Ula faz um gesto patético de hangloose com as mãos, e eu o encaro com uma careta.
— Aham. – Jogo a bola para cima e a aperto, testando minha pegada.
— Disse a ela que você é a Kahuna que ela quer para se divertir nessa ilha. – Ele tira um papelzinho do bolso frontal de sua camiseta aberta e cheira, fechando os olhos.
— Você quer o número dela? – Chacoalha as sobrancelhas.
— Que isso, hein? 'Tá bancando o cafetão de novo é, Ula?
— Claro! Você não se lembra que eu vivo através de você? Minha vida é um saco! Ora! Dá uma rapidinha de "Waikikiki" com ela. – Ele remexe o papelzinho no ar e faz um bico com os lábios, simulando uma bitoca.
— Desse jeito, eu consigo imaginar que fui eu e aguento mais um final de semana. – Eu nego com a cabeça rindo.
— Eu estou de boa, meu irmão. Vou ficar por aqui.
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50 Primeiros Beijos
FanfictionCamila Ekewaka é uma veterinária paqueradora, que vive no Havaí, é conhecida pelo grande número de turistas que conquista, e pela tão degradante fama que o sobrenome de sua família carrega. Todos muito conquistadores e desapegados. A diferença é que...