Capítulo 38

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Os meus pés doloridos me forçam a continuar caminhando, deixando a minha moto jogada na praia não me importando se acabei acidentalmente quebrando algo, apenas permanecendo na areia que entra em contato com a minha pele após eu retirar o costumeir...

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Os meus pés doloridos me forçam a continuar caminhando, deixando a minha moto jogada na praia não me importando se acabei acidentalmente quebrando algo, apenas permanecendo na areia que entra em contato com a minha pele após eu retirar o costumeiro tênis, me permitindo sentir a água gelada batendo em meus pés, apreciando o som das ondas fortes começando a sentir a ventania gélida bater em meu rosto anunciando a chuva marcada para o dia. Me sentando ao chão e olhando para o céu, logo sinto as primeiras gotas de chuva cair em meu rosto, não demorando muito para engrossar.

O som da chuva forte juntamente as ondas poderiam ser o único barulho presente no local, isso se o celular em meu bolso não começasse a tocar sem parar, não me importando o suficiente para ver quem é, não demoro muito para forçar as minhas pernas a trabalharem, me levantando sem força e caminhando rapidamente até a minha moto, dirigindo para qualquer lugar longe dali, qualquer lugar que me abrigasse da chuva. Mas não achando um único local que eu possa ao menos ficar por alguns segundos, empurro a vergonha para longe quando penso na única e última pessoa que poderia permitir a minha tempestade entrar em sua vida.

Em minha moto, tento desviar das pedras na pista correndo ao máximo, não demoro muito para chegar quando sinto a chuva ficar mais forte, isso se possível, a chuva que antes caía sem parar, se torna mais violenta juntamente ao som de raios que disparam sem parar, me fazendo ver em meu celular que está mais tarde do que pensei que poderia ser, me apressando ao chamar por ela, torcendo para que os seus pais não estejam em sua casa, logo a vendo correr até os meus braços me abraçando forte e me puxando para dentro de sua casa, retirando a jaqueta de meu corpo e o jogando ao chão, me puxa rapidamente para o seu quarto me levando até o banheiro.

No espelho, observo como pareço pior do que havia imaginado, os olhos avermelhados com um olhar caído, ligo a água do chuveiro para um banho demorado. Permito-me sentir a água quente de seu chuveiro cair por meu corpo, deixando algumas lágrimas derramarem pelo meu rosto, chorando forte o suficiente para que em algum momento, eu não consiga sentir nada além de um vazio em meu peito que cresce cada vez mais.

A sensação em meu peito de que a qualquer momento tudo irá piorar me faz entrar em alerta, forçando-me a sair rapidamente do chuveiro enrolado em uma toalha em meu quadril, observando Melissa ao lado de fora com as suas íris transbordando preocupação, esperando-me com roupas quentes em suas mãos.

— São do meu irmão, espero que sirva — Me entrega com cuidado, avalia-me como se a qualquer momento eu fosse me jogar em seus braços e desabar.

Ó doce Melissa, você sabe que eu acabei de fazer isso, não espere mais lágrimas, coração.

— Obrigado — A vejo em uma luta interna consigo mesmo, como se quisesse me dizer algo mas não conseguisse. Escolho deixar de lado e ir me trocar, momentos depois voltando para ela.

— Eu estava preocupada, você nem viu as minhas mensagens, viu? — Nego, pegando o meu celular em cima de sua mesa vendo as milhares de mensagens e ligações que deixou para mim.

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