Capítulo 40

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Em um lugar tão escuro quanto os meus pesadelos, o vazio me abraça se apossando de meu peito, sugando a pouca energia que me resta, sentindo as paredes do local se fecharem cada vez mais me apertando e deixando-me sem saída, deixando apenas um peq...

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Em um lugar tão escuro quanto os meus pesadelos, o vazio me abraça se apossando de meu peito, sugando a pouca energia que me resta, sentindo as paredes do local se fecharem cada vez mais me apertando e deixando-me sem saída, deixando apenas um pequeno vislumbre como se fosse a pequena porta do lugar, e quanto mais o local se fecha mais eu corro até o pequeno vislumbre, desejando sair daqui o mais rápido possível.

Mas quanto mais eu corro mais distante fica, é como se não houvesse saída e fosse apenas isso, como se eu estivesse preso em meu próprio pesadelo, e a saída fosse tão distante quanto os meus sonhos. Então de repente tudo desmorona, ouvindo um barulho ensurdecedor e logo a minha visão escurecendo.

Acordo assustado, me sentindo ofegante e cansado, tendo o mesmo pesadelo a uma semana desde que descobri a verdade e voltei para o local no qual nunca deveria ter saído, me permitindo esperar até que eu possa voltar de vez para o lugar que nasci. Em meu celular, vejo a hora observando as centenas de mensagens ignoradas, notando que assim como todos os dias anteriores, troquei o dia pela noite, dormindo tanto que até mesmo o meu corpo se sente cansado, mas não me importando o suficiente para mudar me deito durante o dia o máximo possível para não ter que lidar com a fúria em meu peito.

Fúria, ó sim, não existe dor, apenas raiva de todos aqueles que me enganaram, furioso comigo mesmo por cair em algo tão irreal e acreditar em pessoas que mal conheci, furioso demais com tudo e todos, tudo aquilo que me queima é tudo aquilo que me ama, tudo aquilo que me quebra é aquilo que amo, e todos aqueles que confiava foram os mesmos a mentir, traindo a minha confiança, escolhendo algo tão falso e distante da realidade do que apenas a verdade, algo tão real que todos preferiram ocultar como se um jantar fosse tirar o peso das mentiras.

E com isso, me lembro de como tudo desabou tão rápido, primeiro uma relação na qual de alguma forma, aceitei ter, e segundo, alguém que considerei como talvez, apenas talvez um irmão e, terceiro, um rostinho tão angelical que mal conseguiria acreditar ser capaz de me atingir tão fortemente com duras palavras e claro, Brandon, que também me traiu, todos cúmplices de uma mentira que nos levou ao pó, ou melhor, que me levou ao gatilho da autodestruição.

Talvez amor não seja realmente uma boa definição para o que tínhamos, pois o ímã que parecia ter entre nós foi tão intenso ao ponto de nos juntar no primeiro dia, amor parece ser fraco demais para o que acreditei sentir por ela, que me amou e me quebrou, que me incendiou e depois me deixou para queimar, não se importando com as consequências de nossos atos, de seus atos, me amando até onde seria capaz de aguentar. E mesmo a querendo odiar, nem em mil anos eu poderia ser capaz de deixar de amá-la, pois meu coração é seu tanto quanto minha alma e corpo, e mesmo assim, em um outro mundo, prefiro acreditar que mesmo a amando, eu a odiaria com todas as minhas forças.

Furioso por pensar nela, me levanto pegando o meu celular e vendo que Brandon me deixou tantas mensagens que nunca seria capaz de ler todas, nem ao menos se eu quisesse, e Roman que praticamente me xinga pelo soco e ao mesmo tempo me pede para voltar, dizendo que se arrepende mas que devemos conversar, e claro Melissa, que com tantas mensagens, em apenas um dia parou de me ligar, talvez apenas seja melhor assim, talvez fingir que tudo o que vivemos foi apenas algo momentâneo, que os meninos não se tornaram irmãos e que ela nunca existiu em minha vida seja o certo.

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