Capítulo 8

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Assim que cheguei na porta da casa de Dominik, meu casaco voou com o vento em meu corpo, batendo em meus braços e balançando para trás. Bati na porta com força, mas ninguém veio atender. Minhas mãos estavam fechadas e bati freneticamente com as duas.

Teria que quebrar a fechadura, Peter me ensinou a estratégia perfeita para derrubar uma porta de madeira.

- Dominik? - Tentei chamar mais umas vez detrás da porta, mas nada consegui.

Me afastei apenas alguns passos de distância e joguei meu pé com a perna e com muita força, a porta rangeu mas não caiu. Meus nervos endureceram, trincando. Fui novamente para trás e fiz o mesmo processo três vezes. A porta quebrou a lateral da fechadura de ferro e abriu sozinha, empurrei com a mão e corri para dentro de casa.

Ninguém na sala. Corri para a escada e segurei o hall, correndo. Ouvi algum som abafado, e empurrei a porta com rapidamente.

Peter segurava Dominik pelo pescoço, seus pés estavam um pouco levantados do chão, tocando a apenas a beira do sapato. E eu sabia bem a dor que isso causava em cada parte do corpo, os nervos serem forçados a manter peso em equilíbrio.

- O que está fazendo? - Perguntei rápido e Peter jogou o garoto no chão se virando e me olhando assustado. Parecia repleto de dúvidas e surpreso, meio catatônico. - Está ficando louco?

Olhei para o chão e Dominik tossia com as mãos no pescoço e se contorcendo com seu corpo. Tentou sussurrar "Rose", mas sua voz estava falha demais para sair coerente naquele instante. Seu rosto não tinha um hematoma a mais, mas seus olhos estavam arregalados e parecia muito assustado. Eu movi meus pés e fiquei em frente a seu corpo, me virando e ficando de frente a Peter que me encarava sem dizer nada.

Ele parecia com raiva. E se não fosse Dominik, provavelmente eu estaria jogada ao chão e contorcendo de dor, apesar de já ter habituado-me com isso. Com a forma dele mostrar que pode me ferir no momento que desejar.

- Onde estava? - Perguntou sem tirar os olhos dos meus, irritado.

- Que merda está fazendo aqui? - Perguntei de volta enquanto ouvia os gemidos de Dominik. Peter me olhou de olhos estreitos e abriu um sorriso, passando os dedos grossos no paletó marrom e sacudindo a cabeça para os dois lados. O barulho que ele costuma fazer com a boca em um ato de reprovação foi calmamente ouvido, "Tsc, tsc, tsc". Eu odiava ouvir este som, odiava.

- Está defendo este menino, Rose Mariana? - Refutou de volta.

- Está ficando enferrujado, vovô. Não deveria ser tão desastrado e matar ele na própria casa. Não teria nem argumentos para se defender no tribunal, apesar de que é namoradinha do juiz da cidade. - Disputei ainda em sua frente.

Peter cerrou os dentes e imaginei um soco em meu rosto, mas eu sorri em satisfação.

- Não ia matá-lo. Estava perguntando por você. - Respondeu. - Acha que se o quisesse morto, já não estaria?

Ouvi Dominik e olhei para trás, observando-o em pé. Me olhando assustado.

- O que fazia aqui? - Peter interrogou-me e voltei a olhar para ele e seus olhos castanhos irritantes. - O que ele fez?

- Sabe que sei me proteger.

- Não foi oque perguntei. - Deu um passo a frente, alterado.

- Deixe-a em paz. - Ouvi a voz de Dominik e me virei para ele com raiva.

Últimas Pistas - Livro  3Where stories live. Discover now