Capítulo 22 - Parte 2

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                     Cada momento, estava cravada em minha cabeça.

                     Perdi a noção na primeira vítima, deveria ter ouvido Peter quando falou em obedecê-lo a qualquer custo, ainda assim, não fiz.

                    Eu caminhava devagar, arrastando um machado. O barulho preenchia o asfalto com sons finos, como de um caixa de som com defeito. Sobre minhas mãos, estavam o sangue dele por toda parte. Vestia apenas uma blusa branca, cobrindo meus seios.

Por favor.

                    Sua perna estava quebrada, enquanto era arrastada pelo asfalto como eu fazia com o machado. Eu sorri, como se ouvisse uma piada.

                   Levantei o machado e o joguei para meu ombro esquerdo, batendo a madeira em minha pele. Tentei ir mais rápida para alcançá-lo. Observei ao redor, estávamos quase saindo da cidade. Caminhamos tanto que estávamos saindo da merda dessa cidade.

— Rose! — Gritou tropeçando nos próprios pés e bateu o corpo no afasto, deixando seus lábios sangrarem.

                     Me aproximei devagar, abrindo um sorriso e o encarando. Estava apavorado, com medo e perplexo. Estava com os cabelos bagunçados, perna quebrada, cabeça sangrando e um dos braços sem movimento, que também estava quebrado.

                     Parei ao seu lado, abaixei meu corpo até seu rosto e abri outro sorriso.

— Minha irmã... por favor... foi obrigada a te seguir. — Suplicou explicando e abaixei mais minha cabeça, com a intenção de ouvi-lo com mais clareza.

Bonnie? — Sussurrei e ele assentiu com os lábios sangrando. — Ah! Bonnie Miller! Aquela vaca xingou minha família e disse que eu não passava de uma isca.

— Ele a obrigou. — Sussurrou chorando. — Eu juro. Nós estávamos com você desde criança.

— Jhon te mandou— Perguntei segurando firme o machado em minha mão esquerda, o apoiando em meu ombro.

— Jhon mandou todos nós. — Disse ainda chorando. — Não tem como fugir, vocês Courtney são todas iguais.

                       Eu não disse mais nada, me ergui e segurei firme meu machado entre as mãos. Dobrei meus ombros, com o impulso eu levantei o objeto e taquei sobre a cabeça de Flynn, que virou o rosto para o outro lado e permaneceu com os olhos abertos.

                     Coloquei o machado no chão e me abaixei, colocando os dois dedos em seu pescoço. Senti e veia pulsa devagar em minha pele, ele ainda estava vivo. Com isso, me levantei e coloquei o machado por cima de seu corpo, agarrei suas pernas e o puxei para as árvores longe da estrada.

                   Por logos minutos, cheguei próximo a uma árvore grande e bati o machado diversas vezes sobre a terra, cavando com muito dificuldade. Depois tentei com as mãos até meus braços não aguentarem mais. Passei quase a noite inteira, até ter uma bela profundidade.

                  Voltei para o corpo de Flyyn que estava respirando normalmente, biscando e abrindo a boca a procura da voz. Agarrei suas pernas, puxei-o até o buraco e ergui seus ombros o jogando. Ouvi o barulho de seu corpo bater na terra vermelha, me ajoelhei e o observei por alguns segundos enquanto ele me olhava.

— Bonnie mereceu. Você me seguiu depois da festa, me agarrou pelos braços e me carregou pra longe. — Falei o encarando imóvel. — Acha que sou Sofia Courtney? Percebi oque queria fazer comigo assim que tirou minha roupa.

Últimas Pistas - Livro  3Where stories live. Discover now