Capítulo 6

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        Não tinha dúvidas, Johan era seu pai. 

        A foto que havia no escritório de Peter era tudo que eu precisava para confirmar minha teoria.

        O hematoma ainda estava visível e sumiria em alguns dias. Talvez ele nem tenha percebido.

        Assim que meu avô saiu de casa, me levantei do sofá e subi as escadas indo até seu escritório. Empurrei a porta rápido e corri até sua mesa marrom.

         Nada diferente desde que me lembro. Em dez anos, entrei aqui o mínimo possível. Ou era para levar alguns papéis, ou era para ouvir sua lamentações. Ou quando ele saía e me deixava sozinha.

         Rodei a mesa — Com cheiro forte de seu charuto —, com cautela e tentei puxar a gaveta do meu lado direito.

        Droga!

       Desde quando ele a trancava? Oque ele esconderia de mim?

       Me virei e desci as escadas, correndo. Fui até a dispensa e peguei a chave de fenda e entrei debaixo do armário. Abri o buraco que fiz alguns anos atrás e peguei a caixa cinza de lá, a abrindo e pegando o rolo de chaves que copiei de todas as portas e gavetas da casa — Quem convive com um monstro, precisa de saída do cativeiro.

        Assim que voltei para o escritório, abri a gaveta com uma tática impecável.

        Esfoliei todas as folhas até encontrar o nome 'Johan' nele e o puxar até a mim.

        Me sentei e abri a pasta me deparando com a foto de Johan. Os mesmos olhos, apenas.

— ROSE?

Droga!

         Coloquei as folhas dentro de minha mine blusa e saí de lá, trancando tudo novamente e correndo para meu quarto.

          Após guardar debaixo do colchão os papéis e as chaves, desci as escadas rápido o bastante para o encontrar na cozinha bebendo água.

— Falou com Robert? — Perguntou logo fechando a geladeira cinza de duas portas, e olhando pra mim. — O que houve?

         Sua última pergunta foi para meu pescoço ou para meu tio? Porque ele sabe oque aconteceu com meu pescoço, as provas estavam em suas mãos.

— Não o vi mais.

— O que houve? — Tornou a perguntar me encarando sério.

— Por que acha que houve alguma coisa? — Perguntei de volta e levantei uma sobrancelha.

           Peter ficou me observando por alguns segundos e chegou mais perto.

          As câmeras não me pegaram. Apenas da escada, correndo como uma louca. Mas isso eu faço sempre, nada de anormal.

— O que estava fazendo no meu escritório?

         Mas que merda! Como ele sabe? Não tem câmeras de segurança lá.

— Não estava lá. — Disse dando as costas para ele e sinto meu braço ser puxado. Oque me fez virar novamente com receio de seu próximo ato. — Vai fazer oque dessa vez? Me bater? Me esfaquear?

             Ele me encarou com desdém e fingiu que não ouviu minhas perguntas.

— Está mentindo para mim, Rose Mariana?

— Que merda eu faria lá dentro? — Perguntei quase cuspindo nele.

— É oque eu quero saber.

— Não entrei lá. — Disse outra vez e meu avô me puxa para mais perto.

Últimas Pistas - Livro  3Where stories live. Discover now