Capítulo 11

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— Seu imbecil! — Peter empurrou o corpo e Dominik e socou seu rosto com uma rapidez surpreendente. 

           Corri até os dois e segurei os ombros de meu avô e o puxei para longe. Estava manifestando sua raiva naquele momento, sua fúria.

           Peter se virou para mim, com seu terno desalinhado em seu corpo e os ombros altos. Como se seu organismo dependesse disso, da raiva ventilando o ar de seus pulmões. Última vez que o vi assim, Paul entrou em êxito. Foi a consequência de um dia com muita tortura e me lembro bem das marcas que ganhei até trazê-lo de volta. Foi naquele dia que descobri seu gatilho emocional.

             Parecia mais abalado do que deveria estar.

— ELE PARECE MORTO PRA VOCÊ? — Segurou meu braço furioso e Dominik se levanta para enfrentá-lo novamente.

— Vai embora! — Gritei para ele e o mesmo nega. — Anda logo.

— Não vou te deixar com ele! —  Esbravejou alto, cerrando o punho e encarando meu avô.

— Acha que é quem? Superman? VAI! —  Ordenei agarrando os braços de Peter que o encarou mais uma vez e ele virou as costas furioso, saindo pela porta.

               Talvez meio lúcido, mas Peter estava fora si. Só o soltei quando vi Dominik atravessar a rua e ir embora, abandonando a porta aberta. Olhei para os olhos castanhos e pareciam frustrados com a inesperada perda de tempo na cabana e tudo seria apenas culpa de meu subconsciente perturbado.

               Ele odiava perdas de tempo e o fiz perder bastante hoje.

— Vai me explicar que merda esse garoto fazia aqui? E vivo? — Perguntou e questionou me empurrando na parece e percebeu meu gemido ao sentir minha mão batendo em meu corpo e olhou o chão sujo pelo meu sangue. — O que...

— Peter... eu...

— O que ele fez com você, Rose? Vou matar ele e dessa vez será real! — Me encarou amedrontado, tirando o olhar de ira no mesmo instante quando viu algo em mim que ele não  fez. — Que merda aquele moleque fez, Mariana?

— Fui eu. — Sussurrei e ele me solta. — Fiz com o garfo. Não sabia se ele era real quando apareceu.

              Fui autentica. Até porque não necessitei mentir. Haviam pingos de sangue por todos os lados e um garfo sujo com meu DNA, Dominik não me atacaria com isto.

— Pelo menos não foi um tiro na testa. — Peter sacudiu a cabeça e sorri com tudo oque aconteceu em menos de vinte e quatro horas. — Qual a graça? Sabe que vou acabar com a cara daquele moleque.

             Bom, eu estragaria isso de alguma maneira. Está sendo divertido proteger ele de você vovô. É bom, pra variar, corromper seus planos.

— O que viu na cabana? Além da destruição que causou um dia, claro. — Bradei e ele levantou os ombros pronto para outra briga. — Me desculpe por isso, realmente pensei que havia matado ele.

            Peter me olhou primeiro antes de dizer alguma palavra, me analisando.

— Ele não, mas matou. —  Falou e senti meus nervos trincarem novamente, com a dor de cabeça voltando em instantes e um breve vestígio de lembrança da faca ensanguentada no chão ao lado de Dominik.

— Quem? — Perguntei, temendo a resposta. 

              Por que eu estava matando as pessoas ultimamente?

              Peter viu que eu estava assustada, mas não reagiu. Porque ele sabia como era essa sensação, de dormir no próprio corpo enquanto outra coisa se apodera dele e mata quem estiver no caminho. Eram minhas dúvidas, eu tinha herdado isso e parecia que ele estava pensando a mesma coisa sem querer admitir em voz alta.

Últimas Pistas - Livro  3Where stories live. Discover now