Capítulo 5

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         A moto era rápida demais. Peter ficaria louco se soubesse disso.

         Paramos em frente a minha casa, desci da moto e tirei o capacete o entregando.

— Uma hora ou outra terá que falar com ela. — Ouvi ele dizer e levantei o olhar para ele em cima da moto.

        Dominik colocou o braço direito dentro do outro capacete e ergueu sua cabeça escondida pelo dele.

— Isso não é da sua conta! — Eu disse seriamente.

— Você agradece muito bem, por sinal. — Ouço o sorriso dele abafado.

— Não te pedi nada. — Me virei. — Obrigada. — Dei as costas e andei rapidamente.

         Ouvi as três buzinas super alta de sua moto e me virei, observando sua saída rapidamente.

         Observei por alguns segundos e entrei em casa, dando de cara com Peter com o olhar fechado. Eu dei de ombros e mantive reta.

— Quem era? — Perguntou.

— Se importa? — Passei por ele e o mesmo segurou meu braço, me ergui com força e tentei o encurralar na parede. Mas ele foi mais rápido e empurrou meu pescoço com meu corpo contra a porta.

          Senti minha garganta arranhar. O peso de seus dedos deslizam em minha pele, me faltava o ar. Meus pulmões logo estariam vazios e provavelmente iria desmaiar.

           Peter viu minha dificuldade respiratória e soltou seus dedos, mantendo apenas a força de seu ombro esquerdo sobre meu peitoral e me empurrando contra a parede.

— Irei perguntar mais uma vez: quem é ele? — Quase cuspiu em meu rosto.

          Respirei fundo, sentindo o ar entrar com dificuldade em minhas narinas.

— Dominik. Dominik. — Eu solucei fechando os olhos.

— Sobrenome. — Ordenou e balancei a cabeça negando. — Descubra, ou não irei ceder dessa vez.

           Soltou o braço de meu peitoral e volto a respirar com calma e mais agilidade. Coloquei as mãos no joelhos e tentei me erguer.

— Melhor não me decepcionar, ou mato todos daquela maldita escola. — Ouvi seus passos se distanciarem de mim.

            Provavelmente algo aconteceu para seu mal humor não estar dos melhores hoje. Pelo menos nenhum sangue dessa vez, mas deixará algum hematoma em meu pescoço.

           Não deveria mentir sobre Dominik, mas espero não me enganar desta vez.

           Subi as escadas ainda meio zonza e tomei um banho gelado, esperei a noite chegar e ouvi o barulho de meu celular.

           Corri para a cama, a procura de Adam. Mas não era ele dessa vez.

           O e-mail estava nítido com seu nome sobre a barra de status e me deitei esperando o dia amanhecer. Estava farta disso tudo.

           Simplesmente corri quando o sol bateu em minha janela. Oque me lembrou de que não fechei as cortinas pretas.

           Cheguei na escola rápido. Talvez um pouco mais cedo que de costume.

          Estava quase vazio. Alguns alunos perambulava por alguns cantos, outros no celular e uma quantidade mínima em livros.

          Andei por entre eles, disfarçando o pequeno hematoma que ficou em meu pescoço, e fui até a sala de música. O único lugar que sei exatamente onde ele estaria.

Últimas Pistas - Livro  3Where stories live. Discover now