Capítulo 7 - Parte 2

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                          Esquivei o corpo.  

                          Respirei fundo três vezes antes de levantar e baixar os ombros diversas vezes.

                           Assim que ia levantando meu rosto, eu senti meu corpo ser jogado para trás e bati as costas no guarda roupa. Algumas camisetas que estavam sobre o móvel, caíram sobre minha cabeça e depois no chão.

                           Não tive tempo de revidar quando  senti os dedos grossos apertarem meu pescoço para trás e ergui a cabeça com força para cima. Meus nervos incharam quando segurei seu braço com minhas duas mãos.

— Acha que é só você que sabe alguns truques? — Ouvi a voz rouca de Dominik em meu ouvido e ele ergueu o rosto. Foi quando percebi seu sorriso orgulhoso cheio de sangue, que escorria no canto de seus lábios.

                        Eu precisava disso. De uma punição por matar uma completa desconhecida por mim. Por que matei Bonnie Louren? O que isso mudaria em minha vida? O que ela fez parar merecer a morte?

                        Sorri. Dominik não estava apertando meu pescoço o bastante para me machucar, sentindo meu celular vibrar em meu bolso.

— Por que rir? — Ele rangeu os dentes zangado, sentindo o remorso por tê-lo socado.

— É só isso que consegue? — Perguntei e ele rangeu os dentes  intensificando seus dedos, senti minhas veias travarem.

                     Ele estava tentando, mas ainda assim era apenas um menino. Sozinho, solitário e como eu. Tinha os cabelos soltos nos ombros e o cheiro de cigarro em seu pescoço e mãos. Suava, talvez a adrenalina e a raiva o fez transpirar um pouco a mais que o normal.

                    Talvez seja minha primeira vez, mas eu precisa fazer e mostrar sua fraqueza masculina.

                   Segurei seu braço com força e virei totalmente e voltei ficar em sua frente, senti os lábios de Dominik nos meus quando o beijei. Senti o gosto frio do sangue em minha boca e o sabor de menta.

                   Dominik não tirou sua mão de meu pescoço, mas soltou seus dedos e com a outra mão segurou meu rosto e me beijou com mais intensidade. O corpo dele era firme quando o senti me apertar em seu guarda roupa, os quatro segundos mais demorados de minha vida.

                   Com minha perna direita, ergui o joelho e joguei seu corpo ao chão. Senti o estralar de nossos lábios serem separados e meu corpo logo a seguir por cima do seu, ergui minhas duas pernas e coloquei ao lado de seu quadril. Ergui meu braço direito e agarrei seu pescoço com força, mostrando que meus dedos poderiam facilmente apagá-lo.

— Um beijo e você sede? — Perguntei apertando meus joelhos no chão e segurando seu corpo debaixo do meu.

— Está... está...

— Está oquê, Dominik? Não estou te ouvindo! — Apertei meus dedos e ele tosse.

— Está... — Soltei um pouco. — Está gostando de onde está sentada?

                   Levantei meu braço mais uma vez e soquei seu rosto com força. Senti meus dedos arderem. Me levantei e fiquei em pé, o encarando engolir o próprio sangue enquanto tentava se levantar.

                  Assim que ficou de pé, eu passei as mãos no cabelo e me virei para ir embora.

— Por que matou ela? — Ouvi ele perguntar e parei de andar, ficando de costas.

Últimas Pistas - Livro  3Onde histórias criam vida. Descubra agora