Capítulo dois

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Havia passado quase uma semana desde o momento íntimo que Jaskier e Geralt compartilharam. Desde então, o bardo tenta conversar com o bruxo sobre o ocorrido, mas este sempre encontra uma maneira de mudar de assunto, ou, simplesmente, se retira dizendo que tem algo a resolver.

Jaskier não era idiota, era óbvio que o mais velho o estava evitando. Porém, o de olhos azuis não era conhecido por desistir facilmente, logo, ele insistiria para que a espera pela discussão não passasse daquela noite. Andando a passos apressados, ele foi em direção a pousada onde ele e o bruxo estavam hospedados, confiante de encurralá-lo. Contudo, o destino tem uma capacidade excepcional de conseguir ser uma vadia.

Pois, nesse momento, sentados em uma mesa afastada na taberna, Geralt tentava ser convencido de ingressar a uma comitiva designada a caçar um dragão, sob as ordens de um velho aventureiro chamado Borch. Pelo visto, a tão ansiada conversa com o bruxo teria que esperar. No momento, o de cabelos prateados parecia irredutível em aceitar o trabalho, visto que, como ele mesmo já havia dito pro homem sentado à sua frente, ele não matava dragões.

- Não há necessidade de você se envolver dessa forma, Geralt. - disse o homem com um sorriso amigável no rosto - pode simplesmente nos servir de suporte, afugentando ou atordoando o dragão, por exemplo.

- Não me parece uma tarefa tão difícil - dessa vez foi o bardo que se pronunciou, este estava sentado ao lado do bruxo, e degustava uma caneca de cerveja oferecida anteriormente por Borch; claro que Jaskier aceitou, afinal, era de graça. Porém, a frase não obteve o resultado de convencimento esperado, já que com base na forma que o bruxo encarou o mais novo, se um olhar se equiparasse ao corte de uma lâmina, os pedaços do bardo estariam agora espalhados pelo chão de madeira do estabelecimento. O olhando de volta com um sorrisinho presunçoso, o castanho ousou dizer:

- O que foi, querido bruxo? Não ache que sua encarada de "vou rasgar sua garganta" me assusta. Já estou acostumado. - enunciou o mais baixo voltando a bebericar o líquido amargo; Geralt internamente considerou a possibilidade de dar um segundo soco no estômago do trovador, como há mais de um ano, no dia em que se conheceram. Porém, esse pensamento teve que ser deixado de lado quando o bardo voltou a falar. - Mas, diga-me, o senhor havia mencionado que seriam quatro grupos - olhando ao redor do ambiente relativamente cheio, com pessoas de todos os tipos bebendo e rindo, ele prosseguiu - eu estou vendo apenas três, contando conosco. Onde está o quarto?

Pois bem, já ouviram uma frase que diz: "palavras têm poder"? Ela pode ser facilmente aplicada nessa situação. Assim que Jaskier proferiu sua pergunta, a porta da taberna foi aberta e, a última pessoa que o bardo gostaria de ver no momento; e em qualquer outro, aliás, adentrou o local junto com mais algumas pessoas.

- Ah! Ali estão eles. - Borch se pronunciou ao ver o grupo entrando e se aproximando da mesa em que estavam.

Não.

Pensou o bardo.

Nem fodendo.

O destino é um grandíssimo filho da puta!

Caminhando com toda a sua atitude de quem sabe que chama a atenção, estava Yennefer; esta, como sempre, impecavelmente vestida. Jaskier de imediato quase pulou da mesa, apoiando as mãos na madeira e se dirigindo ao aventureiro dizendo:

- Pensando bem, acho que não é um trabalho pra nós! Sinto muito, mas também não me agrada a ideia de matar um dragão. - disse com o sorriso mais convincente que conseguiu esboçar - Não é mesmo, Geralt?! - quando o bardo direcionou seu olhar pro bruxo, pôde ver a cena mais ridícula possível; o mais velho estava com a maior cara de bocó olhando pra feiticeira que o encarava de volta. Quase que imediatamente Geralt disse:

I Love You SoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora