"Apenas um mordomo e tanto" (Barbatos)

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(Agradecimentos à cherryandpepper por ter sugiro uma ceninha assim no capítulo do Lucifer bêbado)

Está mentindo quem diz que eu me perdi no Castelo do Lorde Demônio, uma difamação sobre a minha pessoa, não é minha culpa se aquele lugar é imenso, os corredores são parecidos e eu tenha medo de abrir as portas porque na última vez era sempre o Cerberus quem me recebia com um "lindo sorriso", e também não é como se eu estivesse com medo das histórias serem reais, não a dos fantasmas, para quem convive com demônios, seria até patético ter medo de assombração, nunca que teria medo do Barbatos realmente ter uma sala de tortura, como um mordomo como ele poderia ser um sádico? Com aquele comportamento impecável, aquele sorriso, aqueles olhos, aquela voz, aquele aspecto de quem só não virou Rei Demônio porque não quis sendo que poder tem e não é pouco, nunca que eu teria medo dele me encontrar caminhando pelos corredores numa tentativa patética de ir até a cozinha para beber água, só nós dois, de noite, em algum lugar que eu tenho certeza de que ninguém me ouviria gritar.

-O que está procurando?- Ouvi a voz de Barbatos.

Dei um grito e cai no chão de uma maneira que nem mesmo eu entendi como, meu coração parou por um segundo e voltou a bater descontroladamente, fiquei no chão porque meu corpo inteiro tremia e não tinha forças para me mover, o mordomo se aproximou, sorrindo e estendendo a mão para mim.

-Peço perdão, não era minha intenção te assustar.

"Imagina se fosse, eu teria morrido antes de você pode se explicar". Pensei, não conseguindo nem segurar a mão dele para me endireitar. -Eu... só preciso de um segundo.

-Você se machucou?- Sua expressão de diversão mudou para uma de preocupação.

-Não, eu só... perdi a força mesmo.

-Acredito que seu susto tenha sido maior por causa das histórias de fantasmas, estou certo?- Ele se curvou sobre mim, me observando atentamente.

-É- Menti, conseguindo me estabilizar novamente e me endireitar.

-Me permita tranquilizar seu coração, venha comigo, preparei um chá e, para sua mente, não se preocupe, não há fantasmas por aqui que possam te fazer algum mal- Barbatos fez sinal para que eu o seguisse.

Fui atrás dele, no momento, ser estudante de intercâmbio era o que me fazia acreditar que estava livre de qualquer tipo de perigo vindo do mordomo diante de mim, ele caminhava com elegância, parecia deslizar na verdade, silenciosamente como um fantasma, esse pensamento me fez arrepiar, precisava parar antes que tivesse um surto, viramos em um dos corredores e Barbatos se pôs ao meu lado, aquilo me preocupou, não entendia o porquê dele decidir caminhar ao meu lado.

-Você está gostando de viver aqui?

-Estou sim, claro, as tentativas de me matarem não foram legais, mas... em todo caso, estou gostando daqui, é melhor que o mundo humano, tenho amigos, mais amigos do que lá em cima- Sorri.

-Você não fica desconfortável com eles? Digo, alguns tentaram te matar.

-Bom, é complicado, sabe? No começo, eu não conseguia confiar que eles não tentariam me matar de novo, mas agora, bem, já perdoei eles e eles mudaram também, não me sinto mais como um pedaço de carne jogado numa jaula de leões famintos.

-Eu diria que era mais como uma ovelha cercada por uma alcateia.

-É, isso também.

-Mas você foi uma ovelhinha corajosa e domesticou os lobos.

Parei e o encarei, ele também parou.

-Ovelhinha?- Aquilo era deboche, não podia ser outra coisa.

-Sim, uma bem irresponsável e inconsequente, mas inteligente, ardilosa e muito, muito bonita também.

IMAGINE ISSO! (Obey Me! One master to rule them all) [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now