IMAGINE ISSO! (Obey Me! One master to rule them all) [CONCLUÍDA]

"Aí abalou minhas estruturas" (Beelzebub)

Os vídeos curtos no Deviltube eram hipnotizantes, quando me dei conta já era bem tarde da noite, levantei da cama e coloquei o celular carregar em cima da mesinha, a única forma de não me distrair novamente e ir dormir, ao menos pensava isso, ouvi o sininho de notificação, peguei o telefone novamente e vi a mensagem de Beel, as palavras estavam bem erradas, só entendi cozinha, o que deve ter sido o corretor automático que decifrou. Desci para lá, talvez ele estivesse passando mal e precisasse de socorro ou apenas não tinha comida, o que era um problema da mesma forma.

-Beel, o que...- Perdi a voz naquela hora.

O Avatar da Gula estava com uma camisa regata preta larga demais, acabava que metade de seu peitoral ficava visível, seu cabelo estava para trás e tinha as mãos apoiadas na mesa, onde havia vários pratinhos de plástico com doces e salgados.

-Eu sai com uns amigos para beber e consegui trazer tudo isso para você- Sorriu alegremente.

-Ah- Meu rosto estava queimando de vergonha. -Eu... eu agradeço muito.

Ele se aproximou e afagou minha cabeça, estava difícil de lidar com o nervosismo, meu coração parecia pronto para saltar do peito e sentia minha garganta travada.

-Está feliz?- A mão dele deslizou para meu queixo e levantou meu rosto. -Não está sorrindo, não gostou do que eu trouxe?

-Eu-eu gos-gostei sim, Beel- Não tinha prestado atenção nas coisas que ele trouxe para início de conversa.

-Está com vergonha, não está?- A maneira como ele me encarou e sorriu fez minhas pernas fraquejarem.

Dei uma risada nervosa sem querer, pensei se poderia fugir dali, mas a chance do meu corpo ajudar na fuga eram nulas, baixei o rosto, mas a visão do peitoral continuava desconcentrante.

-Você quer comer?- Ouvi Beel perguntar.

-Comer o que?- Perguntei.

-O que eu trouxe- Ele levantou meu rosto novamente. -Ou quer outra coisa?

-O que você trouxe tá ótimo- Assenti diversas vezes.

O ruivo sorriu e soltou meu queixo, segurando minha mão e me levando para perto da mesa, comecei a torcer para que ele desse atenção para a comida e me deixasse de lado um pouco para conseguir me recuperar. Peguei um docinho quadrado que parecia ser de chocolate e o abocanhei, não era tão doce quanto eu esperava e tinha algo crocante dentro que não sabia o que era, era gostoso, depois peguei um salgado que parecia uma coxinha e o comi também.

-Está gostando?

-Bastante- Sorri. "É muita coisa, dá pra comer amanhã no café e talvez sobre para levar de lanche".

Senti as mãos do Beel na minha cintura e paralisei, elas deslizaram para minha barriga e ele se encostou em mim, me abraçando e colocando a cabeça sobre meu ombro.

-É bom, né? Eu quero aprender fazer essas coisas para comermos juntos... quero que sorria assim quando comer as coisas que farei.

-Eu...eu tenho certeza que serão maravilhosas- Senti meu rosto esquentar novamente, ao menos o abraço continuava da mesma forma: quente, cheio de carinho e cuidado. -Eu... também quero preparar comidas para você ficar feliz.

-Eu fico feliz só de ouvir isso.

Uma de suas mãos segurou meu queixo e me fez virar o rosto para o lado, meu coração errou as batidas, ele estava muito próximo de mim.

-Eu nunca te disse, não é? Quando estou contigo a fome não é tão ruim, eu não entendia o porquê, mas agora eu sei... sua presença me deixa satisfeito, eu não tenho aquele vazio doloroso dentro de mim quando tenho você por perto... você é muito especial para mim e eu te amo muito.

Beel sorriu e encostou seus lábios nos meus, sua língua gentilmente foi adentrando minha boca e a mão que estava na minha barriga segurou minha cintura e me fez virar, sua outra mão segurou a minha nuca, fiquei à mercê do Avatar da Gula, não era exatamente ruim, mas eu ainda tinha receio desse jeito dele.

-Você...- Ele parou de me beijar, porém não se afastou. -Você me ama?

-Sim- Respondi baixinho.

-Muito?

-Muito.

-Eu também te amo muito- Sorriu. -Você pode ir na frente.

Ele se afastou e começou guardar as coisas na geladeira, retornei devagar para meu quarto pois minhas pernas continuavam enfraquecidas, não demorou para que Beel aparecesse ali, em toda minha lerdeza, eu tinha certeza de que ele iria direto para o quarto dele e do Belphie.

-O que foi?- Perguntou.

-Você...- Balancei as mãos em sinal de confusão.

-Ah, não me quer aqui?- Pediu entristecido.

-Não... não é isso, você... veio...

-Para dormir contigo, ou você não me quer?

-Claro que quero- Falei sem pensar.

Beel deu um grande sorriso e se aproximou, me arrumei de costas para a parede e ele se deitou na minha frente, me puxando para um abraço.

-Boa noite- Deu um beijo na minha testa.

-Boa... noite- Consegui responder.

Acabou que adormeci rápido pois o ruivo ficou acariciando minha cabeça, deixaria para me preocupar amanhã quando acordasse. Acordei com preguiça, estava tão confortável que quase dormi de novo, mas aí lembrei que tinha algo para resolver, Beel continuava adormecido, pensei se deveria acordá-lo ou deixá-lo dormir mais um pouco, porém não precisei pensar muito, seu rosto fez uma careta e ele acordou, primeiro pareceu analisar a parede, depois me encarou.

-Ah...- Ele ruborizou. -Você dormiu bem comigo aqui?

Assenti.

-Eu não te assustei nem te machuquei? Não sei controlar a força quando estou bêbado.

-Era mais nervosismo do que medo- Admiti.

-Eu não vou mais fazer isso... talvez eu faça, mas aí vou tentar não te incomodar de novo, me desculpa por isso... eu não queria te incomodar... eu... você me ama mesmo ou disse aquilo por que estava com medo?

"Rapaz, nem treme a cara". Arregalei os olhos. -Eu...

-Você não precisava dizer aquilo nem me aceitar, eu não iria te machucar.

-Eu... disse porque... te amo... te amo de verdade, Beel- Meu rosto estava quente e meu coração acelerado.

-Mesmo?- Sorriu. -Eu também te amo de verdade.

O Avatar da Gula aproximou seu rosto do meu e me beijou.

-Vamos descer para comermos juntos?