Capítulo 17

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O jantar de casamento foi muito mais que Seokjin poderia imaginar. Mas, mesmo com a maravilhosa mesa que estava posta, nada aliviou a pesada tensão que pairava na sala. Apesar das tímidas tentativas de conversa do ômega, Namjoon manteve-se calado, respondendo-o apenas o necessário.

O alfa comeu pouco, mas chamou várias vezes o criado responsável por servi-los para encher-lhe o copo de vinho. Enquanto isso, Seokjin se esforçava para fazer honra ao elaborado jantar, mas, por fim, largou o garfo. Tinha um nó na garganta que o impedia de continuar tentando comer. Estava decepcionado tanto com o marido quanto consigo, e não ousava tirar os olhos do prato. 

Notando que o ômega havia parado de comer, o conde o questionou.

— Não gostou do jantar, milorde? — indagou, irônico, tentando ocultar a raiva.

O ômega acenou que sim com a cabeça.

— Então coma, está magro demais, parece até que está doente 

Sabia que machucava o ômega com suas palavras, mas não conseguia parar. Pegou o copo e o esvaziou com apenas dois goles.

— Por favor, posso ir para meu quarto, milorde? — pediu Seokjin, num fio de voz. — Ainda estou muito cansado.

O olhar do alfa se tornou mais sombrio. Não sabia o que mais desgostava: a meiguice de Seokjin ou a raiva que o dominava.

— Como queira — admitiu, por fim.

O menor ergueu-se, cumprimentou-o e retirou-se depressa, enquanto o alfa erguia o copo numa saudação sarcástica. Seu marido! Ah! Ele morria de medo dele...

A palavra "marido" repetiu-se na sua mente mais algumas vezes. 

Só podia ter ficado louco por prosseguir com aquilo tudo. Não devia unir-se a um ômega que não conhecia. Lembrou de Jae-hyun, dos cochichos e dos olhares de pena e aversão que recebia de todos desde o acidente. O casamento não o livraria disso. Pior, ele tinha trazido para dentro de casa, o seu único local seguro, alguém que também o olharia daquela forma.

Seu orgulho estava acabado, no chão. Não era mais o alfa de outrora.

Tinha sido um tolo. Devia ter vindo para Baekje Court desde o começo, em vez de tentar curar as feridas na capital. Estaria entre amigos e não se ligaria a um rapaz por impulso. Rapaz este que detestava quando ele o tocava. 

Poderia, assim que voltara do Japão, ter se refugiado em seu condado e procurado um noivo não nobre. Não precisava de um marido troféu, precisava apenas de alguém que pudesse estar ao seu lado e formar uma família. Poderiam passar o resto da vida em Baekje Court, em seu próprio mundinho, sem se preocupar com o que a aristocracia coreana achava deles.

"Não me venha com arrependimentos agora. Tu escolhestes isto, então arque com as consequências. Nós temos um ômega agora, e temos responsabilidades com ele. Não se acovarde por estar com medo de ser rejeitado. O garoto não fez coisa alguma." White disse, novamente em tom de repressão. 

Seus lábios se contorceram num melancólico arremedo de sorriso. Ele agora tinha um ômega. O conde de Baekje finalmente encontrara um parceiro. 

Olhou para o copo, triste. Lembrou-se do rosto do marido. O que o tinha atraído naquele rapaz? Não havia casado por amor, isto era verdade, mas havia algo naquele ômega que despertava nele uma gigantesca vontade de protegê-lo. 

Com certeza, a resposta não era a beleza do rapaz. Era pouco mais que um menino mal alimentado. Certo, havia ficado mais bonito após os cuidados de Jimin, mas ainda não era tão belo quanto o primo. E, mesmo que fosse o mais belo de todos os ômegas, isto ainda não explicaria o porquê de o alfa se importar tanto com a repulsa que ele sentia. Namjoon nunca pediu-lhe que o amasse, que o desejasse. Isto não fazia parte do acordo. Não poderia cobrar do ômega tais sentimentos.

O ômega do Conde | NamjinWhere stories live. Discover now