⌲ Seokjin

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Bora lá, galeris! Como vocês já sabem, eu gosto de escrever baseado em músicas, mas estive pensando em fazer com outras coisas! Pensei em ser com animes, desenhos, filmes etc. O que acham?

Minhas principais ideias por enquanto são baseadas em Kimetsu no Yaiba, Naruto e Encanto, porque é o que mais ando assistindo KKKKK mas se tiverem mais ideias me digaaam! Espero pelos comentários de vocês!

[BASEADO EM FATOS REAIS]

Você sabe que eu serei

Sua vida, sua voz

- Moments, One Direction

- Se eu te deixasse hoje, só sumisse da sua vida. O que você faria?

- Aish, por que você sempre vem com essas perguntas idiotas?

- Por que as vezes me da vontade de saber...

A vontade se saber, era porque as vezes, passava por aquela cabecinha desistir. Desistir dos estudos, do trabalho... desistir de si. Mas na maioria dessas ideias estúpidas, ela desistia por se auto convencer que merecia mais uma chance.

Todas as pessoas tem dias bons e dias ruins; todas as pessoas são boas em alguma coisa mas são péssimas em outras; e cada um lida de uma forma com suas inseguranças, com seus medos, com seus talentos, com suas vontades. Em alguns as emoções e reações são mais visíveis, e já em outros, só aqueles que realmente o conhecem sabem o que se passa dentro daquele peito. Todos pensam em desistir em algum momento, isso não é errado, isso não é fraqueza, isso é ser humano.

- Me acha idiota?

- Acho essas perguntas idiotas. Não gosto de pensar de viver em um mundo que você não esteja mais.

Um tempo em silêncio e um choro doloroso tomou conta daquela sala inteira, era um pedido de socorro. Era uma alma gritando para que ela dor fosse tirada dela, ou pelo menos um pouco aliviada.

"Eu não quero morrer assim", era o único pensamento que conseguia se formular em uma mente tão conturbada, tão cheia, tão pesada. Uma crise ansiedade vista de fora é confusa e até paralisante para alguns, mas viver uma crise é completamente diferente. Você sente medo, seu ar acaba, seu peito dói e o seu coração acelera. Você quer gritar mas nem sempre consegue, o desespero as vezes toma conta e seu corpo se debate, se arranha na tentativa de tirar essa agonia de dentro, e você só percebe isso olhando todos os arranhões e machucados que aparecem no seu corpo.

Infelizmente naquele dia não foi diferente. Depois de terminar de assistir o filme com sua irmã, Sn foi tomar um banho para se arrumar para o trabalho, faltava pouco para começar o seu horário e ela precisava estar a postos. Mas no meio do banho, aquele desespero bateu sem aviso, o choro só chegou.

Desesperado, o seu irmão só batia na porta e pedia para entrar, aqueles gritos arrepiavam, e a incerteza do que estava acontecendo lá dentro só tornava tudo pior. Talvez tenha sido seu inconsciente, mas ela conseguiu fechar o registro do chuveiro e passar a toalha ao redor do seu corpo antes de abrir a porta, depois disso o choro só voltou e se instalou. O mais velho não sabia o que fazer, só sabia que não poderia se afastar agora, então só apertou a menor contra ele, tentando dividir um pouco daquela.

O mais engraçado? Que mesmo depois de tudo isso, ela achou que poderia faze como nas outras crises que ninguém percebeu, sentar na frente do notebook e trabalhar, como se nada tivesse acontecido. Mas dessa vez sua mente não ia permitir se negligenciar de novo. Por que para os outros você sempre tem tempo e sempre da um jeito? É hora de fazer algo por você.

Depois que conseguiu pensar um pouquinho melhor, finalmente pediu ajuda, pediu para ser acompanhada até um dos hospitais que tinha convênio e lá ficou na sala de espera por mais de horas. Já ao cair da noite, depois que mudou o médico de plantão, ela foi chamada. Conseguiu abrir o seu coração como não fazia para aqueles que estavam próximos, talvez por medo que eles se culpassem e absorvessem uma culpa que não era deles. O médico foi muito atencioso, e com uma conversa calma, a convenceu a dar um primeiro passo para cuidar de si, enfrentar sua fobia de agulhas e fazer um exame de sangue, para garantir que essa mistura de sensações não fosse um desiquilíbrio hormonal.

A madrugada passou até que rápida, depois que tomou todos aqueles remédios que lhe foram dados, o problema foi de manhã. Não se sabe bem que horas, mas sua mãe chegou até lá, ela estava abatida, como se tivesse chorado a noite inteira, igual ao seu pai. Ambos carregavam uma expressão cansada e sentida. O médico contou a eles, um pouco do que ouviu, isso só para justificar sua ação de encaminhar a mais nova para uma clínica psiquiátrica. Ela confessou toda a sua tristeza, as duas tentativas de suicídio e a sensação de estar fazendo tudo errado.

Assim que ficou o mínimo consciente, a ambulância já encostou na porta principal para a levar. Pela confusão dos remédios, ela não tinha a mínima ideia do que estava acontecendo, mas foi até lá sem questionar, isso até a psiquiatra de plantão lhe contar aonde estava, porque estava e que se caso se recusasse a ser internada e posteriormente atentasse contra a sua vida de novo, a culpa cairia sobre seus pais.

O pensando depois que entrou naquele lugar só era "o que eu estou fazendo aqui? Eu não tenho idade pra isso!", o sentimento foi de raiva nos 2 primeiros dias. Lá dentro havia uma rotina planejada inteiramente por profissionais, então contava com horários de lazer, de exercícios, de sessões de terapia, musicoterapia e interação com pessoas que estavam passando situações muito parecidas com as suas, algumas bem mais vezes e até mesmo pessoas mais novas.

Os pacientes eram separados em três grupos. Dois eram bem parecidos, o que mudava era o grau de seus transtornos, e no grupo mais "sério", havia um rapaz mais velho, olhos puxados e cabelos mais escuros que o normal, uma voz calma e um sorriso muito gostoso de ver. E um pensamento era instantâneo assim que batia os olhos nele "como uma pessoa tão boa pode estar passando por isso? Como ela pode estar nesse lugar?", talvez fosse o destino, pois ele pensava praticamente o mesmo dela.

Os dois tinham a mesma atividade preferida dentro da clínica: a hora de pintar os desenhos, pinturas livres ou qualquer coisa que envolvesse lápis de cor, canetinhas e giz de cera. Os dias lá dentro passavam de uma forma diferente, talvez por terem atividades planejadas praticamente o dia inteiro de segunda a sexta-feira, apenas os finais de semanas eram mas livres já que a maioria dos funcionários pegavam folga.

- Seok, posso te perguntar uma coisa?

- Até duas - respondeu divertido, fazendo o último traço verde escuro pela sua folha quase completa de desenhos aleatórios.

- Você aceita me encontrar lá fora? Sem a maioria desses remédios que nos deixa com sono o dia inteiro, sem todos esses enfermeiros com os olhos em nós.

- Como um encontro? Sn, você sabe que eu sou bem mais velho que você, não é? Não quero ser um peso na sua vida como fui na de...

- Na diferença de idades talvez você esteja certo - ela sorriu depois de o interromper. - Mas eu não sou uma criança. Quero te conhecer realmente, porque aqui dentro, eu sei que tem muita coisa que não mostramos lá fora, só que também acontecesse ao contrário, uh? Me deixe te conhecer de verdade.

O sorriso dos dois foi o mais verdadeiro depois de quase um mês convivendo "juntos".

Mesmo sendo uma experiência que nunca passou pela cabeça dela passar, ter ficado naquele lugar mudou sua perspectiva de mundo, de felicidade e dela mesma.

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18/04/2022

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Sei que esse não foi focado em romance e interação entre o Seok e a personagem, mas eu fiz uma curta adaptação da minha internação e das minhas experiências, e como queria compartilhar, resolvi fazer um imagine! Mesmo sendo um pouco diferente, espero que tenham gostado, porque isso aqui pra mim tem um valor muito grande.

Amo vocês! Vou tentar escrever mais por aqui, ta bom? Beijo!

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⏰ Last updated: Apr 19, 2022 ⏰

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