Jungkook

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Sob as estrelas, eu lhe faço esse juramento, estarei contigo sempre que precisar, e não irei te abandonar por nem mesmo um minuto.

Tirei o pouco de neve que estava sobre o meu ombro e logo depois tirei os tênis assim que entrei pela porta da frente. A casa estava silenciosa, o que era estranho já que normalmente quando eu chego Sn está me esperando no sofá, enquanto assiste um de seus desenhos.

— Jagi?— chamei por ela, colocando os chinelos nos meus pés antes de ir até o corredor que levava ao nosso quarto.— Jagi, você está aqui?— dei duas batidas na porta de madeira polida antes de entrar.

 Apertei um pouco a maçaneta entre os meus dedos ao ver a minha namorada deitada sobre a cama, com a ajuda da fraca luz do abajur consegui ver as lágrimas caírem de seus doces olhos, enquanto sua mão cobria sua boca, provavelmente segurando os soluços.

 Tirei o casaco o deixando sobre qualquer canto e fui ao encontro de Sn, me deitando ao seu lado e a trazendo para deitar sobre meu peito, enquanto eu abraçava sua cintura e lhe dava um beijo na testa.

— Aconteceu de novo?— perguntei com a voz baixa e os lábios perto do seu ouvido, suspirando baixo quando recebi um aceno positivo como resposta.— Tudo bem, o primeiro passo é se acalmar, lembra?— arrumei as cobertas sobre o seu corpo, tentando esquentar sua pele gelada.

— Tem tantas coisas na minha cabeça, e-eu estou com medo— a mais nova disse, me fazendo apertar seu corpo contra o meu.

— Não tem do que ter medo, jagi, eu estou bem aqui do seu lado, e nada vai me tirar daqui— beijei novamente sua testa, erguendo um pouco sua blusa apenas para poder acariciar diretamente a pele de sua cintura.

— Essas coisas me perseguem, não me deixam em paz por nem mesmo um minuto, e o medo delas continuarem aqui em um futuro me assusta— confessou.— Por mais que eu tente, essas coisas voltam ao meu pensamento, e me deixam aflita, tantas coisas podem acontecer— sua voz ficou trêmula, me fazendo sentir a dor que ela tinha dentro de si.

Pouco antes de completarmos dois meses de namoro há mais de dois anos atrás, eu presenciei a primeira crise de ansiedade de Sn. Naquele dia, ela confessou para mim que escondia sim que tinha essas crises com certa frequência, e eu lhe implorei para que nunca mais as escondesse de mim, pois não queria que ela tivesse mais que as enfrentar sozinha.

 Desde então, como eu prometi à ela, sempre que ela ligava para mim dizendo que não estava muito bem, e que "aquilo" estava começando, não importava o que eu estivesse fazendo, eu simplesmente para e ia ficar junto dela, ou quando eu estava longe, ligava para ela e ficava conversando até a perceber mais calma.

 Fazia mais de três meses que ela não tinha uma de suas crises, nem eu e muito menos ela esperava que esses medos incertos voltassem tão repentinamente, e que dessa vez estariam mais fortes que da última vez.

— Quero que me escute com atenção, certo?— tirei minha mão de sua cintura, a colocando em seu pescoço, deixando meu polegar um pouco acima de seu maxilar, acariciando seu rosto.— Eu sei que é muita coisa para você, e que você não tem como explicar os sentimentos dentro de você, mas eu preciso que você fique firme, só assim eu consigo te ajudar. Não pode voltar a deixar que isso tome conta de você, lembra como foi difícil para nós sair daquela fase?— ela concordou, e levou a mão até a sua barriga, aonde possuía uma cicatriz de um corte que ela mesma havia feito.— Então, você sabe que eu não vou abandonar você, mas eu preciso que você também não me abandone, não posso lutar sozinho contra isso, e nem você, temos que estar juntos para vencer, tudo bem?

 Por sua voz estar falhando, ela apenas concordou com a cabeça e abraçou minha cintura. Ouvi seus soluços baixos contra o meu peito enquanto eu continuava com o carinho sobre o seu rosto, e sussurrava algumas vezes que a amava perto do seu ouvido.

 Aos poucos, sua respiração foi se tranquilizando, até que estava normal, e seu dedo fazia um círculo imaginário sobre o meu peito. Dei um selinho sobre os seus lábios, e falei para ela ir tomar um banho enquanto eu arrumava algo para comermos.

 Mandei uma mensagem para Jimin hyung, pedindo para que ele passasse em um dos fast food que minha namorada mais gostava já que eu não queria a deixar sozinha em casa de novo, e quarenta minutos depois, lá estava o mais velho na porta da minha casa com os dois sacos de papel.

— Você é o melhor, hyung— sorri agradecendo, e logo depois me despedi do menor.

 Voltei ao quarto e tirei os dois hambúrgueres de dentro da sacola junto com as batatas fritas, e os dois copos grandes de refrigerante, deixando tudo arrumado para que quando Sn saísse do banheiro, visse a cama com uma de suas comidas favoritas e o filme "A Pequena Sereia" esperando pelo play na televisão do quarto.

 O sorriso infantil que apareceu em seus lábios quando viu tudo arrumado foi um dos mais belos. Dei um beijo em sua bochecha e pedi para que ela me esperasse antes de comer, já que eu também precisava de um banho.

 Procurei demorar o menos possível no banho, o tempo foi o suficiente para apenas me limpar e me esquentar um pouco, já que a temperatura havia caído desde manhã que foi quando sai de casa. Vesti o pijama com calça xadrez azul com vermelho, que vinha acompanhado de uma blusa com mangas compridas inteiramente cinza, e claro, os chinelo, pisar no chão gelado não seria legal.

 Não demorei para me aconchegar ao lado da mais nova e devorar o meu hambúrguer, enquanto ela fazia o mesmo com os dela. Roubei três batatas fritas dela, já que as minhas já haviam acabado há muito tempo, e o roubo resultou em um tapa estralado em meu braço.

— Não seja má comigo, jagi— disse um pouco manhoso, acariciando o local em que ela tinha acertado.

— Roubou minhas batatas, e mereceu o tapa— ela respondeu enquanto ajustava o aquecedor do quarto.— Termine logo com o seu refrigerante para podermos deitar.

— Calmaa'— tomei um bom gole da bebida gaseificada, o que teve como consequência um arroto.— Perdão— soltei uma risada baixa e deixei o copo vazio ao lado da cama.

— Porco— Sn disse com o tom um pouco divertido, se deitando para finalmente prestar atenção no desenho.— Como você consegue estar sempre quente?— perguntou assim que eu a abracei pela cintura.

— Não sei, mas assim consigo esquentar você— beijei seu pescoço, colocando a cabeça na curva do seu pescoço para poder enxergar a tevê.

 Assistimos o começo do filme sem que o sono viesse, mas depois da parte em que a Ariel salva o tal príncipe, eu mal conseguia manter os meus olhos abertos.

— Obrigada, por me acalmar mais cedo— a doce voz sussurrou, enquanto os dedos gordinhos acariciavam o meu braço.

— Como eu te disse, estarei sempre ao seu lado— lhe dei um selinho, acabando por dormir depois de devolver o sorriso da menina pela qual eu sou apaixonado, e faria qualquer coisa para a ver bem.

12.06.2018

Pedido por MaviPG, até que eu demorei para

postar um pedido dela kkk <3 te amo. Me desculpem

se esse imagine foi fraco :(



  

Porções de Paixões ✧Where stories live. Discover now