⌲ Namjoon - Downtown

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Amor é uma condição mental

Downtown - Allie X

— Eu não sei se é uma boa, Namjoon— respondi exitante.

— Vamos, amor! Faz tanto tempo que não nos vemos, eu estou com saudades de você— sua voz saiu manhosa, me fazendo suspirar.

— Está bem. Irei me arrumar, e espero você no térreo do prédio— respondi com um meio sorriso.

— Até daqui a pouco. 

   Assim que a ligação ficou muda do outro lado, afastei o celular do ouvido e deixei o aparelho sobre a cama que ficava no meio do quarto. Peguei a calça preta com os rasgos aleatórios pelo tecido, junto com o cropped igualmente preto e fui para o banheiro tomar um banho.

   Enquanto me arrumava, sentia toda aquela adrenalina percorrer por cada mísera célula do meu corpo. Esse era o incrível efeito que Kim Namjoon tinha sobre mim. Sobre mim e mais várias outras.

   Namjoon é aquele tipo de cara que te conquista logo na primeira conversa, que mesmo ele não sendo apenas seus, faz você almejar ser apenas dele e de ninguém mais. Seu beijo é como uma droga, que vicia e te tonar dependente daquilo, fazendo parecer que toda a sua existência depende de ter ele por perto.

   As tatuagens espalhadas pelo seu corpo lhe dão um ar diferente, fugindo do padrão dos jovens coreanos que se vê em todo canto. Os cabelos negros caídos sutilmente sobre a testa, cobrindo um pouco de seus olhos deixa sua imagem mais viril.

   Seu cheiro sempre permanece em minhas roupas depois de algum dos nossos encontros, o que me faz ficar relembrando dos momentos que passamos a sós. Em que ele me faz me sentir única, mesmo eu sabendo que existem outras em seu pensamento.

   Borrifei um pouco da colônia perto do meu pescoço, acabando por arrumar os cabelos que antes estavam presos sob a jaqueta de couro. A tela do meu celular se iluminou, eu já sabia que era uma mensagem dele avisando que estava me esperando.

   Calcei a bota Glam camurçada de cano curto, como os saltos tinham onze centímetros e eram largos, ajudavam a realçar minha estatura e ainda me davam estabilidade para apoiar o pé enquanto estivesse na garupa da moto de Namjoon.

   Atravessei o térreo e o encontrei na porta de saída do prédio, lhe apertando em um abraço, segurando um suspiro ao sentir um outro cheiro adocicado em sua blusa.

— Tudo bem?— perguntou risonho.

— Tudo— respondi tentando sorrir, mas acabou em um sorriso ladino, o que o fez segurar minha mão esquerda.

— Está precisando se animar— entrelaçou seus dedos nos meus, me tirando do salão e caminhando apressadamente até sua moto.

   Mal sabia ele que o motivo da minha frustração, era por ter me rendido novamente à ele.

   Assim que coloquei o capacete, esperei que ele subisse no veículo para imitar seu ato, e segurar em sua cintura, enquanto íamos até o centro da cidade. Todas as vezes em que saímos, antes de irmos para o seu apartamento, ficávamos horas em um bar ali, no qual vários amigos e amigas de Namjoon frequentavam.

— Gosto quando usa brincos grandes e pratas— elogiou, enquanto passava a ponta dos dedos sobre minha bochecha, me ajudando a arrumar o cabelo recém bagunçado pela retirada do capacete.

   Sorri em agradecimento, lhe dando um beijo sutil sobre os lábios carnudos e bem desenhados que ele possuía. Seus dedos logo voltaram a se juntar com os meus, me fazendo sentir um arrepio pelo encontro de nossas peles, e o barulho baixo dos anéis distintos que usávamos entrando em contato.

   Nos sentamos em um dos sofás com encosto estofado e com tons alaranjados, logo uma roda de seus amigos estava ao nosso redor. Seu braço vez ou outra ficava sobre meus ombros enquanto ele conversava, em algumas horas eu apoiava meu queixo sobre seu ombro, lançando-lhe olhares carinhosos e sorrisos fracos quando seu olhar se direcionava à mim.

   As garotas em nossa volta nem se importavam com a minha presença, vaziam comentários de duplo sentido direcionados à Namjoon, o olhavam com desejo, e o pior, eu o via retribuindo esses atos.

   Duas vezes me levantei para sair daquele lugar, mas perdi a coragem quando sua mão com toque delicado me segurava, e com a voz doce me pedia para ficar, que logo iríamos para o seu apartamento.

   Mesmo que Yoongi - um dos meninos que era amigo de Namjoon - tentasse conversar comigo e me deixar a vontade no meio deles, aos poucos eu ia me cansando. A gota d'água foi a hora em que uma das mulheres que se atiravam para cima do Kim resolveu o abraçar, chegando a me dar uma cotovelada e ainda fez questão de deixar a marca de seu batom vermelho sobre a pele daquele que estava me acompanhando.

   Alcancei minha jaqueta enquanto me levantava, passei meus braços por dentro das mangas e ajeitei os cabelos enquanto saia dali. Ouvi alguns múrmuros de seus amigos, e quando coloquei os pés fora do estabelecimento, meu corpo foi virado, fazendo com que meus olhos encontrassem os seus.

— O que deu em você? Me deixou constrangido na frente dos meus amigos!

— Isso é sério?— esperei uma resposta de sua parte, mas ao ver que sua expressão se mantinha séria, mordi o lábio inferior.— Responder as provocações de outras meninas tudo bem na minha frente tudo bem, agora, deixar você "sozinho" na frente dos seus amigos não?

— Não acredito nisso— um riso irônico acompanhou sua fala.— Amor, hoje eu tirei a noite para ser apenas seu— se aproximou, tocando meu rosto.— Não tenho olhos para outras.

— Para com isso— pedi baixo, tirando suas mãos do meu rosto.

— O que? O que tem de errado?— se preocupou.

— Não vê que me machuca? Me machuca saber que eu não sou a única para você, enquanto você é o meu tudo. Eu amo você, Namjoon, enquanto você gosta de mim, de mim e de tantas outras— deixei que minha voz vacilasse.— Eu pensei que se você tivesse um pedaço de mim, eu poderia manter os outros dois ou três, mas agora que não é assim que funciona. Você me tem por inteira, já eu nunca saberei o que é ter nenhuma parte de você— solucei.

— Sn...

Eu não deveria estar aqui agora, porém você me desvendou completamente. Aprendeu a me moldar, a me dobrar. Quero me livrar de você, mas você está por todo o meu cérebro! Eu preciso que você me deixe ir, eu não quero mais sofrer por você— confessei o que meu coração gritava, permitindo que as lágrimas lavassem meu rosto.

— Me perdoe— beijou minha testa com ternura.— Mas eu sou incapaz de retribuir qualquer sentimento de amor— senti sua respiração pesada contra meu rosto.

— Só me deixe ir— pedi, recebendo um aceno de concordância.

   Afastei meu corpo do seu, sorrindo em meio as lágrimas tristes, e caminhando até a fileira de táxi. Entrei no primeiro, falei o endereço com dificuldade pela voz chorosa, e o olhei uma última vez pelo retrovisor.

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11/08/2018

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(foto da bota que foi descrita no imagine ^^)

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(foto da bota que foi descrita no imagine ^^)

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