A Mulher Atrás da Cortina

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Bom, tudo começou a muitos anos atrás, muitos anos mesmo. Lá em 1825, quando a pessoas ainda usavam roupa de época e tinham o mínimo de educação.
A questão foi que, nessa época, surgiu um jovem, alto, bonito, elegante. Ele era cheio de sonhos, queria de fato conquistar um mundo com suas histórias arrebatadoras e fora do gênero da época. Suas histórias eram extremamente viciantes, quanto mais você lia, mais você queria saber. Mas infelizmente nunca chegaram a ser publicadas. Ele ainda era muito jovem, tinha apenas vinte anos, mas ele escrevia tão bem e sabia usar as Palavras tão bem que parecia que ele era uma pessoa mais velha.
Ah, claro, seu nome era Fernando. Ele trabalhava sozinho para sustentar basicamente 5 pessoas, ele, a avó, a outra avó, a mãe e o irmão. Ele nunca conheceu seu pai, segundo a mãe, ele havia fugido dois antes dele nascer. Ele não se importava com a falta do pai, ele tinha uma consciência que ele fazia um grande mal pra mãe dele, então ele achava melhor ficar sem o pai do que a mãe sofrer na mãos dele. O irmão era um grande vagabundo, vivia sentado ou deitado e quando chegava a noite ele saia para beber gastando todo o dinheiro do Fernando. Era tão injusto. Claro, Fernando era um bom rapaz, e não se importava muito com seu irmão babaca (mas isso não queria dizer que de vez em quando ele não desse uma patada aqui ou outra ali). A questão foi que em um dia, Fernando se cansou das farras noturnas de seus irmão e mandou ele procurar um emprego.
Apesar de Fernando ser cinco anos mais novo que seu irmão, parecia que ele tinha o dobro de maturidade dele. Era ele quem limpava e organizava tudo.
Bom, o irmão não se recusou a procurar um emprego mas eles dois ficaram meses sem se falar direito.
Rapidamente ele conseguiu um emprego no bar noturno onde ele ia beber a noite.
Não demorou muito para o irmão de Fernando rapidamente pegar jeito para o trabalho. Ele rapidamente começou a se esforçar com aquilo. Pela primeira vez, em alguns anos, Fernando sentia orgulho de seu irmão.
Por meses, tudo foi as mil maravilhas na casa de Fernando, até que uma de suas avós morreu. Fernando não sabia direito qual foi a causa da morte da avó dele, mas pareceu infarto. Todos de suas pequena família ficaram muito abalados com essa perda, principalmente sua outra avó que era tão mais chegada a ela. Elas passavam horas conversando e discutindo. Fernando gostava quando elas discutiam, achava engraçado.
Ela foi enterrada no cemitério mais próximo da casa deles.
O enterro foi silencioso e chuvoso. Todos estavam bem vestidos e com uma tristeza enorme. Eles chamaram um padre para fazer uma reza á alma dela. Na verdade eles não eram muito religiosos, quem insistiu mais foi a outra avó de Fernando.
Então foi assim o enterro, extremamente silencioso e com muitas lágrimas.
Não demorou muito para a outra avó de Fernando falecer também. Era bem óbvio que isso ia acontecer. Essa outra avó de Fernando era um pouco mais velha que ela e já tinha vários problemas de saúde. Fernando até se surpreendeu por sua outra avó ter morrido antes.
Bom, esse enterro foi igual ao outro. Chamaram novamente o padre para rezar. Eles sabiam que ela ia gostar de ser enterrada com sua bênção.
Quando acabou o enterro e eles voltaram para casa, parecia que a família (agora formada por apenas três pessoas) havia ficado mais agitada. A mãe andava de um lado para o outro pensativa, o irmão sumiu sem Fernando perceber e ele balançava a perna sem parar, ele olhava para o nada e com uma certa ansiedade. Fernando não entendeu porque eles haviam ficado assim, é um pouco estranho mas Fernando não se preocupou muito, na verdade ele não se preocupou.
Naquela noite, Fernando e sua mãe jantaram sozinhos, os dois completamente mudos. Até que sua mãe quebrou o silêncio.
Ela disse para ele que não queria mas morar ali, que eles tinham que se mudar. Ela não ia aguentar ficar ali se não ia enlouquecer.
Fernando concordou com ela, ele também achava que se ficasse ali ele iria enlouquecer de saudade.
Duas semanas depois eles estavam em uma nova casa, um pouco maior, e com mais espaço e, é daí, que a história começa.