Capítulo 6 - Espaços Vazios

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Olá, jovens!

Sei que dei uma sumida, as coisas estão meio doidas pra mim ultimamente. Estou tentando botar elas no lugar, espero conseguir logo.

Bem, vamos ao capítulo.

Boa leitura!
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He wondered what's my sin
I maculated angelical spirits
Trying to fill this empty spaces
I've lost months, years, ages

- Faixa 3 : Empty Spaces
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A sala nebulada com a fumaça, um cinzeiro que ela não esvaziava a algum tempo, cheio de uma mistura de cinzas de cigarro e maconha.

Uma perna jogada no braço do sofá e a outra jogada ao lado, o pé apoiado no chão batendo ao som da música que tocava da Alexa, no outro lado da sala. O short e a calcinha, ela não fazia questão de saber onde estavam. A camiseta larga já tinha sido desenrolada do lugar acima dos seios onde havia ficado, e ela já havia acendido outro baseado.

Ash saiu do banheiro ainda terminando de vestir a camiseta, tentando continuar a conversa no telefone. Alguma coisa sobre um show para o qual tinha sido chamado como baterista substituto de última hora.

Pegou a carteira e a chave do carro. Desligou o telefone e não saiu sem antes se despedir de Marceline da maneira correta.

Não, nada de selinhos ou abraços. Ela arrancaria um braço dele se tentasse. Um high five e um soquinho. Nada além de um high five e um soquinho.

— Vejo você amanhã na gravadora? - perguntou ele, já indo até a porta.

— Fazer o quê, preciso apresentar as músicas que já estão prontas. Eu juro que vai dar merda se eles pedirem uma mudança que seja.

— Relaxa, contrato é contrato. Você aceita o livro e eles não se metem na produção, é o combinado. E qualquer coisa, eu e Keila vamos estar lá pro barraco.

Marceline riu e o dispensou com a mão, fazendo o homem sair rindo também. Quando a porta se fechou, ela mandou Alexa parar a reprodução e se permitiu uns minutos no silêncio.

Uns anos antes, quando percebeu que Ash gostava dela, achou que era uma boa oportunidade de usar alguém para uns amassos sem compromisso. E enquanto a amizade deles se fortalecia, ela quase se arrependia da frieza que empregava naquilo.

Quase.

Mas no final, o próprio Ash entendeu o terreno que estava pisando. Entre o coração de Marceline e qualquer um que fosse, havia uma muralha de concreto. Foram precisas apenas algumas semanas para ele saber que não seria capaz de derruba-la, então entrou na brincadeira.

Ash tinha uma maneira muito peculiar de amar Marceline intensamente e não ter paixão alguma por ela. Não havia dúvidas de que ele se jogaria na frente de um tiro por ela.

E não havia dúvidas de que ele não entraria num relacionamento com ela nem se ela mudasse de ideia.

Os anos colocaram os dois numa posição em que o romantismo não podia caber. Mas o carnal cabia de forma confortável.

No fundo, ela sabia que era mais prático, para ele, ocupar os espaços da carência física dela do que arrasta-la para fora de um clube bêbada e drogada, direto para uma clínica para outro exame de IST's.

Depois de tanto tempo tentando evitar que ela entrasse naquele ciclo de auto destruição, de novo e de novo, Ash já tinha criado mil e um mecanismos práticos de controle de danos. Não que aquela parte em específico o incomodasse, - longe disso - mas era de certa forma só mais uma das acomodações que ele fazia para cuidar dela sem ter que parar a vida por isso.

Depois da Meia-Noite (Bubbline AU)Where stories live. Discover now