Epílogo

282 27 15
                                    

Olá, chuchus!

Sei que demorei um bom tanto, mas acho que só não queria colocar pontos finais por aqui. Odeio pontos finais. Mas, bem, são necessários.

Um pequeno epílogo para o meu filhinho mais novo.

Boa leitura!

•~•~•~•~•~•~•~•~•~♪~•~•~•~•~•~•~•~•~•

Ônibus de turnê, aviões, longas viagens, refeições apressadas e noites mal dormidas pelo excesso de estimulo misturado com a falta de tempo.

Nunca havia sido tão bom estar na estrada.

Nunca havia sido tão gratificante pensar em passar alguns anos sem fazer aquilo.


E, também, nunca havia sido tão fácil ler sobre si mesma. Era com bem-vindo alívio que ela encontrava naquelas notícias não especulações sobre sua vida privada tão escondida, mas sim os detalhes, consumidos pelo público como droga, da talvez única notícia oficial sobre alguma de suas particularidades.



O inesperado acontece: Após anos de esforços para afastar sua vida pessoal do olhar público, Marceline Abadeer retorna com álbum revelador e uma biografia (sobre o amor de uma vida que ninguém conhecia)



Abutres. No final, ainda eram os mesmos velhos abutres.

Mas, pelo menos dessa vez, ela sentia algum orgulho que soubessem.


Dessa vez, poderia subir no palco e sentir cada energia renovada quando seus olhos caíssem sobre a garota teimosa com bloqueadores de ruído na área de imprensa. Poderia voltar para seu trailer, camarim ou o que fosse; ser recebida com braços ao redor do pescoço e lábios quentes nos seus. O tipo de beijo que sempre te obriga a sorrir no meio dele.

Podia se jogar num quarto de hotel, tantos e tantos quilômetros longe de casa, sem a sensação de estar perdida no meio do globo. Sua casa poderia estar muito distante, mas o lar continuava estando a apenas uma conchinha de distância.

E quando algum entrevistador sanguessuga perguntava por ela, não havia um único nervo em Marceline disposto a responder com sarcasmo. Falava e falava como se nem todo o dicionário lhe bastasse, ao ponto de assumir cada erro, cada passo falso, todos os motivos pelos quais ela se via agora na obrigação de tentar sempre ser a melhor versão de si para a única mulher capaz de arrancar um pedido de desculpas dela.

E, por um outro lado, havia os momentos em que ela é que estava nos bastidores, como ver as perguntas serem lançadas diretamente sobre Bonnibel, que mostrava uma habilidade gritante para lidar com aquilo. Ou assistir a uma de suas sessões de autógrafos em uma livraria, o momento em que Bonnibel era a grande estrela. Observava e sorria, um orgulho borbulhante se misturando às borboletas dentro do peito.

Havia os momentos de tentar tirar um minuto que fosse para só passear em algum dos lugares distantes onde a turnê passava: Europa, Ásia, América Latina. Um ponto turístico, um prato diferente, um choque climático. Os poucos momentos em havia tempo suficiente para tentar se convencer de que aquilo era real. Bonnibel realmente estava ali.

A tentação de beliscar o próprio braço, misturada com o pavor da possibilidade de realmente acabar acordando sozinha na cama.

Um momento considerando até que ponto valeria a pena continuar presa na ilusão, até que ouvisse a única coisa que queria ouvir ultimamente.

Depois da Meia-Noite (Bubbline AU)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora