Capítulo 17 - Um Vislumbre de Nós

444 40 71
                                    

Finalizado ao som de 2022 em uma música (lucas pv me beija nunca te pedi nada)

Bem, vou deixar vocês com o capítulo.

Boa leitura!

•~•~•~•~•~•~•~•~•~♪~•~•~•~•~•~•~•~•~•

Houve uma festa naquela noite, algo distante dos olhos do público, um amontoado de celebridades se deleitando das liberdades que o dinheiro trazia.

Era o tipo de coisa que costumava animar Marceline, de verdade. Quando os próprios erros pesavam demais sobre suas costas, aquele tipo de escape sempre parecia perfeito. Na medida certa de bebidas, drogas e sexo garantido.

Não daquela vez.

Ela estava, de forma incomum à ela, sentada em um canto, observando as pessoas que passavam em seus ridículos pés trôpegos, destruindo suas peças de grife quando derrubavam seus drinks caros.

E só conseguia pensar que não queria estar ali.

As vezes, cometia a besteira de desbloquear o celular, voltar na galeria e ver de novo aquela foto.

Bonnibel, na sacada do próprio apartamento. Ela tinha clicado a foto no exato momento que Bonnibel havia notado o celular em sua direção, antes que ela pudesse começar a rir e mandar Marceline abaixar o celular.

No segundo exato em que seu rosto inteiro se iluminava com um sorriso, a luz que vinha da sala deixando claro o brilho incomparável dos olhos dela.

No momento em que uma brisa fria batia nelas, fazendo mechas ruivas e cor-de-rosa dançarem ao redor de seu rosto.

Ela tinha que parar com isso.

Estava começando a criar uma pequena expectativa, e nada bom vem de expectativas.

E muito menos de saudosismo barato. Não era mais 2012. Já era 2022, e ela tinha toda uma nova vida desenrolada em sua frente.

Talvez devesse focar nela. Presente. Agora.

Ash sentou ao lado dela, com uma garrafa de tequila.

— Que é que aconteceu? Tá quietinha hoje.

— Nada. Só pensando.

— Está pensando ao invés de beber pra não pensar? Estou vivenciando um milagre?

— Nah, não estou gostando muito da experiência. Me passa a garrafa.

— Tão perto, mas tão longe - brincou ele, mas passou a garrafa.

Tinha um quê de decepção ali, e Marceline deixou a constatação afundar com um gole generoso.

Keila estava do outro lado da piscina, batendo papo com uma garota com porte de modelo. Alta e magra, um cabelo loiro que claramente tinha custado alguns milhares de dólares e um vestidinho minúsculo que devia ter custado uns outros tantos.

A garota sussurrou algo aos ouvidos de Keila, que sorriu e sussurrou algo de volta aos ouvidos dela. A garota riu, e em um instante ela estava perto demais.

Keila puxou a garota pela cintura, e antes que Marceline pudesse ceder a atenção de gritar alguma bobagem pelo mero prazer de atrapalhar a amiga, Ash tomou a garrafa das mãos dela e deu um longo e sofrido gole.

O estômago de Marceline se embrulhou até que doesse, o coração caiu aos seus pés.

Fez o possível para parecer desentendida e saiu em direção ao primeiro canto vazio que pudesse achar. Encontrou um banheiro vago na casa da piscina e ali ficou, encostada na parede em frente ao espelho, chorando copiosamente.

Depois da Meia-Noite (Bubbline AU)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora