Parte 2: Capítulo 10

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O capítulo ta pronto e revisado e já tenho outros 6 prontos, então eu vou postar e não me interessa se postei o anterior só tem dois dias. Bom dia meu povo! 😌

E assim... Sinto informar que a dancinha da chuva não deu muito certo. Então comecemos a orar pq né... O bicho ta vindo aí! Então nóis que lute.

Boa leitura!
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   Novembro de 2158
   Stroma Dezert

   Lauren foi a primeira a despertar. Ainda não havia amanhecido completamente, mas a tempestade havia cessado e o céu parecia uma tela azul-escuro com indícios de roxo e rosa. O único som que podia ser ouvido era o uivo dos ventos soprando por entre os rochedos.

   E algo mais.

   Algo que havia despertado Lauren mesmo quando todos os outros ainda dormiam. Algo em seu corpo formigou e fez ela se levantar e sentar e olhar ao redor através dos olhos estreitos e músculos doloridos que protestaram ao movimento. Além da entrada da caverna não havia nada à vista, apenas uma vastidão de deserto e rochedos semi escuros. Ainda assim, sua espinha se contorcia em arrepios gelados e ela impulsionou o corpo para ficar de pé e se afastar alguns passos em silêncio. O som não era algo que ela conseguiria definir, não era parecido com nada que já tivesse escutado — parecia mais um arranhar ou arrastar, como se algo deslizasse e batesse repetidas vezes contra as pedras. Era baixo, parecia distante, mas ao mesmo tempo parecia estar perto.

   Ela parou a dois ou três metros da entrada da caverna, arriscando olhar, tentando enxergar alguma coisa. Nada. E ainda assim, estava ali. Podia sentir.

   — Lauren? — a voz sonolenta de Calian chamou por ela logo atrás.

   Diante da tensão da situação em que se encontravam ali, ele não fora capaz de dormir tão profundamente, estava alerta demais e despertou ao primeiro movimento para ver Lauren ali de pé. Por instinto, ele ficou de pé também e passou por cima dos que estavam deitados ao seu redor.

   — O que foi? — perguntou em voz baixa quando ela o encarou por cima do ombro.

   Lauren pensou em perguntar se ele não estava ouvindo aquele mesmo som, mas antes que pudesse falar, algo pesado bateu contra o chão da caverna e um grito estridente fez ela cobrir os ouvidos e paralisar quando voltou o olhar para a entrada. O som acordou todos aos gritos e de repente todos estavam de pé, alguns se encolhendo e as crianças chorando ao ver a grotesca criatura agora ocupando toda a entrada da caverna.

Ela devia ter quase dois metros de altura sobre as quatro patas esguias, o corpo coberto por uma couraça esbranquiçada era pequeno e curvado em relação às patas e a cauda longa com um ferrão na extremidade que chicoteava no ar. O pescoço musculoso era encimado pela cabeça proeminente e deformada onde a boca se abria revelando uma língua escura serpentina e vários círculos de dentes pontiagudos e letais.

   Kova. Propício, aliás, pois era exatamente para onde todos iriam nos próximos minutos se a criatura decidisse devorá-los.

   No entanto, Lauren não viu olhos — onde deveriam estar os olhos da criatura, havia duas fendas cobertas por uma fina pele branca quase translúcida. Ele devia ser cego. Tinha que ser. Mas de que adiantaria? Não tinham armas além daquela pistola com dois tiros restantes, nada para poder matar aquela coisa. Se é que ele poderia ser morto tão facilmente.

   Atrás, Calian gesticulava nervoso pedindo que eles fizessem silêncio. Dinah estava quase ao lado dele e o olhava em alerta e entendeu quando ele gesticulou diante dos olhos indicando que a criatura não enxergava. De costas e relutante em tirar os olhos dele, Lauren não captou o gesto do guerreiro. Ainda assim, mesmo que ele fosse cego, ela duvidava que não iria atacar depois de toda a gritaria que tinha sucedido sua chegada. Ele sabia que estavam ali, certamente podia sentir cheiro e ouvir as respirações entrecortadas.

(Hiatus) Resistência Z | CamrenWhere stories live. Discover now