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Sobre as músicas, todas estão na playlist do spotify e na mesma ordem da foto.
Recomendo emmm! Pelo menos hoje.

Peguem as baguetes e o lencinho. (🥖🧻)🤏🏻

 (🥖🧻)🤏🏻

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♠️

"No sistema complexo das razões, um mísero número zero pode desconfigurar toda a matriz."

A visão escurece. Passando a língua sobre os lábios, tento aliviar a dor dos cortes contidos ali. As tosses incessantes fazem minha garganta arder como se fosse posta em brasa, e logo o gosto férrico preenche todo meu paladar. Me sinto pesado, e a cada segundo que passa, meus músculos parecem ser rasgados devido à exaustão. Cauteloso, arrasto os pés pelo concreto molhado, desejando que meu ato não seja mal interpretado.

— Por favor! — clamo, tentando obter sua atenção. — Não são eles que você quer.

— Cala boca, Jimin! — Seokjin grita.

O maldito gargalha e automaticamente os ossos do meu corpo tremem.

Namjoon tinha razão. Tudo que eu fiz foi puxá-los direto para a valeta, exatamente como um tsunami destrutivo. Cada escolha, cada carta, cada fotografia. Eu os envolvi nisso, e agora já é tarde.

Engulo em seco, descendo meus olhos até a cadeira metálica onde está Jungkook. Os machucados em suas bochechas o deixam praticamente irreconhecível, a jaqueta de couro cheia de tachinhas jogada sobre seu colo, completamente rasgada, e a julgar o seu estado, ele devia estar desmaiado há muito tempo.

O som do gatilho é acionado e meu coração esfacela. Desesperado, me ajoelho devagar e ergo os braços, rendido. Porém, nada parece ser suficiente para atraí-lo.

— Vira a arma para mim, Jiwoon — peço com calma. — Seu problema é comigo.

— Tsc! — ele estala a língua no céu da boca. — Parece que seu blefe não foi suficiente pra ganhar do meu par de Ás, Jiji — responde em escárnio, colocando o dedo no gatilho. — Infelizmente, a rodada terminou.

O estrondo me leva novamente para a escuridão.

Meu corpo flutua no limbo frio. O cheiro de sangue misturado com maracujá preenche as minhas narinas e leva alguns instantes para perceber que estou me afundando na água. A densidade me puxa de forma avassaladora para baixo e, sinceramente, já não sei mais se estou com meus olhos abertos ou fechados.

"Você é uma vergonha, Jimin, é por isso que eu e seu pai não convivemos com você!", a voz áspera da senhora Park ecoa em meus ouvidos.

— Mãe? — a chamo e o som parece repetir milhares de vezes.

É solitário e gelado. Tento gritar, no entanto, o líquido escuro invade a minha boca e nenhum som sai. As bolhas de ar sobem, levando consigo a dor, os sentimentos e os últimos resquícios da minha existência.

Projeto Kalac • JikookWhere stories live. Discover now