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Conectando os cabos e checando as redes de acesso...

Olá, hackers, bem-vindes a mais uma atualização...

Dica: Sugiro que deixem a música (Threshold - Austin Wintory) rolando em looping durante os parágrafos onde o Jimin e o Kaleb estacionam em frente floricultura e descem lá pegar uns balangandãs.

E, a parte dos jikook, coloquem Je te laisserai des mots.

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26 de setembro de 2022, segunda-feira | 17:00.

"Em um jogo de cartas, o melhor mentiroso sempre vence."

     Pássaro Bennu. Diziam os antigos egípcios que esse ser sagrado, representado por uma garça gigantesca, era símbolo de renascimento e renovação para o seu povo. Segundo alguns relatos mitológicos, acreditava-se que Bennu, além de ser a alma de Rá, o deus do Sol, também tinha o poder de ressurgir todas as manhãs junto do nascer da aurora, fato que acabou o vinculou a Osíris, o deus que retornou dos mortos devido ao amor de Ísis.

    Embora haja poucos relatos históricos a respeito desta ave, sempre gostei de ler sobre as suas peculiaridades. A meu ver, o animal divino é uma clara faceta da Fênix, visto que, apesar de possuírem mortes e características bem diferentes, ainda conseguem passar a mesma ideia e essência: o poder de se reerguer todos os dias.

    Particularmente, entre uma e outra, sou mais a favor do Bennu. Não gosto da ideia de precisar queimar o meu corpo ao ponto de virar um amontoado de cinzas somente para tornar-me mais forte e majestoso no amanhã — mesmo que isso seja apenas de modo simbólico. É desgastante, e, ainda que muitos acreditem na beleza dessa filosofia, cuja intenção é pregar o poder de se reinventar após a queda, continuo a detestando.

    Mortes geram perdas assim como as mudanças realizadas através da dor. Ninguém está preparado para abandonar um pedaço de si, nem mesmo quando necessita se moldar em uma figura nova e maior para o bem de todos. Mudanças doem, são difíceis, às vezes solitárias e muito exaustivas.

    De maneira poética, diria que ilude-se quem acredita que o pássaro de fogo consegue juntar todo o pó de sua carcaça novamente. A verdade é que em cada queima, partes suas se perdem com o vento e vão embora para nunca mais voltar. Talvez realmente existam chances de isso trazer algo bom a nossa alma, melhorias profundas e significativas quanto ao modo como enxergamos o mundo. Porém, é cruel projetar as nossas esperanças neste looping de morte e instabilidade.

   Não quero precisar cair de novo apenas para emergir mais forte, porque, diferente da mitologia onde o ser celestial retorna milhões de vezes, humanos não possuem a mesma resistência.

Projeto Kalac • JikookWhere stories live. Discover now