|EM BREVE LIVRO FÍSICO PELA EDITORA EUPHORIA|
|EM ANDAMENTO|:
Park Jimin, CEO e cofundador da melhor empresa de segurança digital do oriente, vê-se com o ego completamente ferido quando descobre que seu braço direito, Jeon Jiwoon, mentiu e...
Este capítulo aborda cenas com sensíveis como: hipnose e pressão psicológica. Caso cause algum desconforto, peço que pare a leitura imediatamente.
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"Toda interface rebuscada tem seus sistemas frágeis e delicados"
Sempre gostei de admirar as diversas abas com números e comandos que compõem o desenvolvimento de um software. Cada pequena ligação ou traço é como pedras preciosas diante dos meus olhos: raras, polidas e únicas. Embora saiba que, para muitos, esses mecanismos não fazem total sentido, recordar-me da naturalidade contida nos algoritmos zero e um, causa uma sensação estranha de inveja e calmaria, uma vez que para um computador a linguagem é simples: preto ou branco, sim ou não, ligado ou desligado. Não há entrelinhas, sentimentos ou más interpretações das mensagens enviadas à matriz, elas são somente comandos. Contudo, o que poucos sabem é que até mesmo a tecnologia tem seus limites e quando sofrem sobrecargas, queimam todos os fusíveis.
Não serei prepotente ao ponto de comparar-me com um processador, já que estou bem longe de ser tão bom e eficaz quanto. Entretanto, partes de mim — as ruins, é claro —, são exatamente como essas peças: frágeis a estímulos que sobreaqueçam seus sistemas. Portanto, no momento em que Jungkook proferiu palavras tão intensas ao pé de meu ouvido, tudo entrou em colapso dentro da minha cabeça, fritando o restante dos botões de bom senso que ainda existiam aqui. Sem me importar com a discussão acalorada entre Kaleb e seus três seguranças, aproveito-me da sala praticamente vazia para virar, embasbacado, na direção do meu falso marido.
— Voc-
— Escuta — ele interrompe, rápido, pousando a destra sobre minha bochecha antes de prensar seu polegar contra meus lábios — Eu vou tentar fazer uma troca com o Reaper — constata baixo, checando o nosso redor — Se der certo, por favor, Jimin, preciso que vá embora. Entendeu?
— O que?! — sussurro, exasperado, odiando-me por sair mais alto do que gostaria — Ficou louco? Eu não vou deixar você. Chegamos juntos, saímos juntos! — aviso, porém pareço ser totalmente ignorado — Jungkook...
Calado, ele morde o canto da boca, desviando os olhos apáticos dos meus enquanto gira o anel horroroso em seu dedo, o retirando com delicadeza para guardá-lo, discretamente, no bolso de minha camisa. Com um suspiro pesado, meu falso marido deposita suas mãos em meus ombros, descendo suavemente a palma pelas laterais dos braços até parar sobre os pulsos, acariciando, acanhado, a pele descoberta e sua pulseira presa ali.
Por mais que tente, não consigo desfocar minha atenção do seu semblante tristonho. As pálpebras levemente inchadas, os lábios feridos e pálidos assim como o nariz, cuja o arranhão de Feijão mal cicatrizou, são gatilhos para meus batimentos acelerarem, fazendo-me engolir em seco em virtude das memórias corrosivas que rondam meus pensamentos. Sei que no quesito "analisar emoções de pessoas próximas" sou péssimo, ainda mais quando elas me envolvem de alguma forma. E sinceramente, acredito que este seja um dos meus maiores defeitos, em razão de quando não estou sendo incrédulo, duvidando das intenções por trás de atos bondosos, me culpo por fazê-los perderem seus tempos cuidando de mim.
