045 ↦ Vingança

421 30 2
                                    

⚠️𝐀𝐓𝐄𝐍𝐂̧𝐀̃𝐎: Essa primeira parte pode ter gatilho ou conteúdo sensível para algumas pessoas.⚠️

                      𝑨𝒀𝑨 𝑷𝑬𝑻𝑹𝑶𝑽𝑨

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

𝑨𝒀𝑨 𝑷𝑬𝑻𝑹𝑶𝑽𝑨

Ela me batia sem dó, com chicotes... Me deixava no porão imundo para passar fome e sede, me deixava amarrada para que pudesse me bater sem eu fugir, sair correndo. Ela sempre dizia: 𝘚𝘦 𝘴𝘢𝘪𝘳 𝘤𝘰𝘳𝘳𝘦𝘯𝘥𝘰 𝘷𝘢𝘪 𝘴𝘦𝘳 𝘱𝘪𝘰𝘳, e sempre era.

Nesse exato momento estou correndo das chicotadas de minha mãe. Que bom que o meu padrasto não está em casa, se não ia ser pior.

- VOLTE AQUI MENINA! - Gritava ela.

Cheguei na cozinha pequena e apertada, não cabia nem uma pessoa nela, imagina duas. Estou do outro lado da mesa, ela está do meu lado ao contrário.

- Você sabe é pro seu bem. - Ela diz.

- É pro meu bem? A mãe espanca a filha, deixa ela no porão com fome e sede. - Retruco, ela me olha ainda com o chicote em mãos. - Me diz mãe, isso é o bem?

- Para de falar bobagens.

- Bobagens? São só verdades. Oque você acha dos vizinhos dessa aldeia se souberem que a filha que você queria tanto... Está sendo espancada sem motivos...

- Fecha essa boca, corta essa língua pra falar comigo!

Meu cabelo está preso em um rabo de cavalo, mas não impede de fios rebeldes de ficarem no meu rosto grudados pelo o suor, meu vestido rasgado e cheio de remendos está sujo e fedendo, eu estou um nojo. Não tem pra onde correr.

- Vai pro seu quarto, Aya.

Não vou, eu sei que quando eu passar vou levar chicotadas nas minhas pernas e costas. A porta foi aberta... Não, ele voltou do seu trabalho imundo...

- Oque está acontecendo aqui? - Ele diz, como sua voz rigorosa. Deixa o garrafão na entrada da cozinha.

- Nada, Lince. - Fala minha mãe.

- Então não fique parada aí mulher, vá fazer comida. Trabalhei duro hoje e vou receber amanhã de manhã.

Agora, o meu único pensamento é: Pra você gastar com mulheres e bebidas? Minha mãe colocou o chicote na mesa e foi até a pia do meu lado, fui abrigada a me mexer, sair do lugar. Lince, podre. Nos meus sonhos, eu mato ele de pauladas, depois, deixo que os urubus comam a sua carcaça, a terra não merece esse tipo de podridão.

Passo por ele, mas a sua mão nojenta e fedida encosta no meu braço, me fazendo parar do seu lado. Minha respiração está acelerada, meu coração parece que vai explodir.

- Vai tomar um banho e solte os cabelos hoje. - Ele fala, baixinho. Minha garganta se fecha e não consigo respirar. Eu tenho que fazer alguma coisa, senão... ia acontecer aquilo de novo e eu não vou me sentir a pessoa mais suja do mundo com mãos horrendas tocando no meu corpo. Me tocando.

The Petrova DuplicateWhere stories live. Discover now