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Jennie P.O.V

- Vem mais tarde?

- Hum, hoje não, tenho plantão. Te ligo depois.

- Até, amor.

Aquela palavra me incomodava, mesmo sendo namorada do Kai a quase dois anos, me sentia incômoda ao lado dele.

Eu segui pelo segundo andar, olhando algumas salas, checando as fichas de alguns pacientes mesmo acabando de chegar.

- Vai com calma, Jen! Ainda tem doze horas pela frente.

- Oi, Chae. Eu sei, estou tentando manter tudo organizado agora, pra depois passar na ala da enfermagem. Ainda acho injusto o sistema desse hospital, em tratar as pessoas que não tem dinheiro como animais.

- Por que não fala isso na reunião da semana que vem?

- Não quero perder o meu emprego, você sabe como eu lutei para tê-lo. Lisa já chegou?

- Está a caminho, vai trazer o nosso jantar.

Eu assenti indo diretamente para o meu consultório.

O turno da noite, nos meus primeiros dias de estágio me dava medo, muito medo. Pois ficava sozinha naquele hospital, e os filmes de terror me mostravam que aquele local era mais assombrado que o próprio inferno.

Mas depois que conheci Lisa e Chaeyoung era até satisfatório ficar ali, além de ser muito engraçado.

- Jen, você pode revisar esse Raio X? É da senhora Song.

- Claro, já levo na sua sala.

Nem sempre gostei da medicina, meu desejo de cuidar e salvar as pessoas veio quando eu perdi a minha irmã mais nova para uma pneumonia. Ela tinha apenas dez anos quando se foi.

Foi quando eu entrei em uma depressão profunda. Naquela época eu perdi muito peso, consequência de não sair do quarto nem para me alimentar, eu cheguei a um ponto que não conseguia nem me sustentar em pé pela fraqueza que sentia.

Chegou um dia que tive que procurar ajuda médica, eu honestamente queria morrer, mas refleti que Doha não gostaria disso.

Doha não gostava de me ver triste, e sempre me incentivava a fazer o que eu queria, e por ela eu dava o meu melhor. Graças a minha irmã eu virei uma pessoa sensata, com vontade de proteger qualquer ser humano dependente.

- Tudo indica que ela está com um tuberculose avançada. Vou examiná-la agora mesmo.

Aquela senhora já estava ali no hospital a quase um mês, e o seu quadro se agravava cada vez mais. Eu sentia uma dor grande em vê-la, havia criado um laço forte com ela, como se fosse a minha mãe.

- Boa noite, senhora Song! Como se sente?

- Fraca, filha, me sinto fraca.

- Eu vou fazer alguns exames em você e poderá descansar, tudo bem?

Como eu imaginava, ela estava com tuberculose. A senhora Song era a mulher mais forte que eu conhecia e certamente sofreria muito quando ela falecesse.

- Tudo bem, senhora Song, descanse um pouco. Boa noite.

- Boa noite, minha filha.

Ao descer no primeiro andar, o andar da enfermaria, notei a chegada de uma pessoa nova, era comum, aquele hospital era o único que tinha vagas para pessoas sem condições financeiras para pagar um quarto mais caro ou exames mais caros, mas mesmo assim, eu não gostava do jeito que algumas enfermeiras tratavam os pacientes carentes.

Eu me aproximei, vendo que se tratava de uma garota. Pálida, sem cor alguma em sua boca. Ela tinha um corte em sua testa, que era escondido por sua franja bem arrumada. Batimentos muito fracos, quase inexistentes.

-O que temos aqui?

- Eu não faço a mínima ideia do que seja, senhorita Kim. Fizeram uma ligação e quando chegaram encontram apenas ela.

Eu fui até a recepção para obter mais informações e autorização para examiná-la. Mas a única coisa que eu consegui de fato foi a autorização. Sem nome, ou qualquer coisa relacionada a ela.A noite seria longa, doze horas não seriam suficientes.

Se você gostar da ideia dessa adaptação deixa seu voto, obrigada :))

Wake up, my dear - Jensoo VersionOnde as histórias ganham vida. Descobre agora