Wake up, my dear - Jensoo Version

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- Você precisa comer devagar, tudo bem? Como ficou dois meses sem receber absolutamente nada em seu estômago, ele precisa se acostumar com o que está recebendo.

- Você vai ficar aqui comigo, certo?

- Estou bem aqui, não irei a lugar nenhum.

Então eu entreguei a bandeja com algumas coisas que Lisa havia trazido a ela e me sentei no sofá, anotando coisas básicas que Jisoo precisava fazer e tomar. Eram muitos exames e seria delicado pois nem todos eu conseguiria fazer sozinha, já foi muito difícil ela se acostumar com Lisa, imagine com os demais.

- Jennie... o que é isso?- olhei para ela que segurava um sachê de ketchup.Seria muito difícil.

- Isso se chama ketchup, serve para você misturar com a sua comida, experimenta é muito bom.

- Eu posso?

- É claro que sim.- ela sorriu de uma forma que parecia ter ganhado a melhor notícia do mundo, como se tivesse ganhada milhões e milhões na sua conta bancária. Eu senti um aperto grande em imaginar que ela não sabia praticamente nada, ela era literalmente um bebê de vinte e quatro anos. Voltei a olhar para ela que lutava contra o saquinho, tentando abrir ele e falhando, eu sorri secretamente e o peguei da sua mão.- De cima para baixo, prontinho!

- Posso colocar aqui?- ela pontuou apontando para o copo cheio de suco de laranja.

- Ketchup é salgado, isso aqui é doce, a não ser que você goste de combinações estranhas. Que tal colocar, aqui?- ela observou atentamente os meus movimentos com algo simples, será que ela sabia pelo o menos o básico sobre a vida no mundo e não dentro de uma casa?- Querida, você sabe ler ou escrever?

- Hum...- ela pensou.- Um pouco... a minha mãe me ensinou algumas coisas, mas eu aprendi a maioria delas em um jogo. O jogo das palavras.

- Você gosta de jogos?

- Gosto! Mas... a minha mãe estava sempre muito ocupada para jogar comigo, o jogo das palavras era o único que eu conseguia jogar sozinha sem me sentir... eu aprendi essa palavra... calma eu sei... SOLITÁRIA! Sem me sentir solitária!

- Você aprendeu essa palavra sozinha?

- Uhum! Foi difícil, acho que fiquei duas semanas estudando ela.

Coisas simples eram complicadas para ela. Coisas do dia a dia eram desconhecidas para ela. Céus como ela conseguiu sobreviver?

- Quando você acabar, vou te mostrar uma pessoa que eu gosto muito. Não tenha medo dela, ok? Preciso de ajuda para fazer alguns exames em você. Você ouviu sobre a Chae, não ouviu?

- A menina que gosta da Lisa?- eu gargalhei um pouco alto pois de todas as coisas que eu falei sobre Chae, ela lembrou apenas daquilo.

- Sim, essa mesmo.

- Vai doer?

- Nem um pouquinho, querida, bom acho que só a parte de tirar o sangue-

- Onde tem sangue, tem dor. Minha mãe me falou isso.

- De fato, sim. Mas vai ser rápido não irá sentir nada. Agora preciso que termine de comer, quanto mais cedo fazermos os procedimentos, mais cedo ficará melhor.

- E quando eu ficar melhor? Poderei ver o Sol?

- Claro.

- Posso te pedir uma coisa, Jennie?

- Qualquer coisa.

- Não me deixe voltar para a minha mãe por favor... eu não quero ficar mais trancada...

- Você não vai ficar mais trancada, querida. Você vai ficar comigo, ok? Não se preocupe com isso.

Quando Rosé apareceu, eu agradeci muito por sua reação ser mais controlada que a da Lisa, resultando melhor aceitação da parte da Jisoo. A maioria dos exames foram feitos sem problema algum, conversávamos com ela, sobre o que faríamos a seguir a deixando ciente da situação.

Estava tudo correndo muito bem, até Jisoo ver uma agulha, olha acho que em todo o tempo que eu era estagiária, nunca havia visto alguém tão desesperada ao ver uma agulha igual ela, nem uma criança agiu daquela forma. Eu corri me sentando ao seu lado, fazendo um gesto para que Lisa e Chae esperassem um pouco.

- Hey... está tudo bem. Olhe pra mim.- eu via a expressão desesperada de seus olhos e o mar de lágrimas que desceriam dali em breve, e quando desceram, eu os sequei com calma aplicando um beijo em cada rastro de dor.- Eu poderia falar que não vai doer, talvez sentirá um pouco, mas eu estou aqui, lembra que eu não ia deixar nada perigoso chegar perto de você? Confie em mim, querida.

- Eu posso te abraçar?- ela sussurrou.

- É claro que pode.- eu a envolvi de uma forma que não conseguisse ver Rosé fazendo os procedimentos necessários.- Quando a Rosie acabar, vou trazer um grande pedaço de bolo para você comer, como uma recompensa o que acha?

- Igual o primeiro pedaço de bolo que me deu quando foi o seu aniversário.

- Você quer um igual?- por algum motivo nós falávamos sussurrando, como se nós duas estivéssemos em um cinema. Eu gostava daquilo.

- Eu quero...

- Vou arranjar um igualzinho, não se preocupe.

- Prontinho, Jisoo! Dois tubos de sangue retirados com sucesso!

- Viu só, foi rápido.

Terminamos praticamente tudo, e as amostras seriam enviadas para o laboratório, para assim, no meu plantão eu analisar cada uma delas.Enquanto eu explicava para Jisoo o motivo de todos àqueles exames, ela outro no quarto, a única pessoa que eu não queria que visse a Jisoo.

Nayeon.

- Você acordou?

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