29

408 38 11
                                    

Quando Lisa descascou aquele bando de informações para cima de mim, algo dentro da minha cabeça deu pane. Como se tivesse quebrado, e eu tivesse morrido.

O meu melhor amigo. O garoto que me presenciou passar por maus bocados, que viu minha vida sair do ralo, que estudou ao meu lado durante cinco anos da minha vida, trabalhou comigo durante todo o estágio do hospital, estava acobertando duas meninas que pegaram a minha Jisoo.

Era inacreditável. Eu não acreditava naquilo.

Meio que eu fiquei sem vida naquele momento, não querendo aceitar aquilo. Seung e eu éramos inseparáveis na faculdade, nos afastamos algumas vezes por problemas meus óbvio, mas nunca magoamos um ao outro, eu confiava a minha vida a ele, Seung era como meu irmão mais novo.

- Já temos a localização, porque não vamos?

- Não. Seung voltou, ele vai avisar as meninas e bem provável que levem a Jisoo para outro lugar. Esperem um minuto o meu celular está tocando... oi, meu amor...

- Cara, não acredito nisso. Logo ele? Nosso melhor amigo...

- Bic nunca fez nada de errado...

- Jen, não chama ele assim, esse apelido é muito antigo.

- Ele pode ter sido chantageado por elas... ele não faria isso comigo...

- Nunca de fato acreditei nele. Pra falar a verdade nunca acreditei em homem nenhum.- Chaeyoung argumentou.

- Eu preciso voltar pra casa, Lisa, Chaeyoung, fiquem aqui com a Jennie, amanhã não precisam ir trabalhar pois eu também não irei, venho assim que deixar minha esposa na faculdade. E pelo amor de Deus, não saíam daqui até eu voltar.

Eu permaneci imóvel durante horas. Sentada no chão, querendo apenas a Lisa de volta, as meninas fizeram o jantar, mas apenas o cheiro me dava enjoos.

- Vamos, Jen, você precisa comer algo.

- Eu não quero.

A minha cabeça doía, e cada minuto que se passava eu sentia a minha raiva sempre aumentando, e a vontade de matar aqueles que a tiraram de mim daquele modo tão covarde.

Se aproveitar de uma menina inocente, cuja única vontade era ter um amigo.

Aquilo me enojava, meu estômago embrulhava, como consequência corri até o banheiro, não sabendo de fato o que havia jogado para fora.

Senti a água gelada na minha nuca, e a mão de uma delas segurando a minha testa. Quando voltei a mim, pedi para ficar sozinha, me sentia impotente por deixá-la lá e não poder fazer nada.

Quando a água morna da ducha molhou a minha cabeça, ativou o pequeno sistema do meu emocional que eu havia guardado horas antes. As lágrimas.

Eu não conseguia segurar mesmo querendo, elas saíam em grande quantidades. Por causa da Jisoo e por causa de Seung, pela traição que o meu próprio melhor amigo havia me proporcionado.

Na cama eu não fechei os olhos nem por dois segundos, olhava o lado vazio, sem o calor daquele corpo tão aconchegante, sem a menina que achava tudo mágico, sem a garota que vinha pulando em minha direção para ser recebida em meus braços, sem a mulher que me amava e me fazia sentir coisas quentes mesmo sendo carinhosa com os seus movimentos, seus toques que em meu corpo eram como brasas, seus beijos que me levavam para outro mundo, o nosso corpo feito como um, feito apenas uma para a outra.

Não tinha ideia se ela estava bem, se havia comido algo, se estava com frio, se estava com sede, se sabia o que estava acontecendo, se estava com medo, se sentia a minha falta. Não sabia se estava machucada, simplesmente não sabia.

Eu capturei quando meu quarto começou a ficar iluminado pelo os raios de sol que nasciam ao longe, me sentei na cama, olhando ao redor, sentindo o vazio em mim, como aquele quarto ficava sem ela, que acordava primeiro que eu para assistir o seu Tom e Jerry. Acabei sorrindo ao lembrar que ela deixava sem som a TV para não me acordar, mas eu acordava, com as suas risadas sinceras como se realmente fosse engraçado.

Ela precisava voltar logo.

- Jen, a Tzuyu chegou.

- Estou indo...

Me arrastei até o banheiro sem vontade alguma de ver ninguém, a não ser Jisoo. Ela já digitava no laptop junto a Lisa, enquanto Rosé insistia para que eu comesse pelo menos uma torrada, e sem falar uma palavra eu recuava.

- Peguem. - foi quando ela entregou a nós armas calibre trinta e oito, meus olhos se arregalaram. 

- Vou ensinar apenas uma vez então prestem atenção.

Peguei cada movimento que a mão dela fazia, e as palavras chaves, eu havia entendido, até me surpreendi por ter de fato entendido.

- Não sei se eles tem algum tipo de arma, pelo o que tudo indicam, permanecem no apartamento, então só precisamos subir e se for o caso, matar cada um deles.

Matar? Como assim matar? Matar não estava nos meus planos.

Mas sim, a raiva falava tão alto que eu mandei o anjinho que tinha em meu ombro direto pra puta que pariu.

- Vamos.

Vote :))

Wake up, my dear - Jensoo VersionOnde as histórias ganham vida. Descobre agora